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20 de agosto de 2013

Inspiração matinal e a música além dos rótulos


Ainda sobre influência das (re)leituras recentes de Michel de Certeau que estou discutindo num grupo formado com bolsistas de iniciação científica que oriento, foi que li essa pequena e certeira apresentação do grupo Oregon feita pelo meu parceiro Pablo Castro:
"Oregon, formado por Ralph Towner (violões e piano), Colin Walcott (cítara indiana e percussão ), Paul McCandless (sopros) e Glenn Moore (contrabaixo, violino e piano ) é uma música refrescante, perfeita para se escutar de manhã. Numa encruzilhada entre a música clássica, o jazz e o folk, com temas muito inspirados e grandes linhas de arranjo, mas também com saudável espaço para a improvisação, construíram uma das soluções estilísticas que adequadamente pode-se chamar de World Music, pelas sonoridades, ritmos compostos inspirados na música indiana, o caráter modal e plano de suas cadências harmônicas, embora muito audazes, fugindo das cadências tonais clássicas". 
Talvez pareça espantoso ao ouvinte contemporâneo como uma música assim possa ter sido criada e gravada no âmbito da indústria fonográfica, que via de regra associamos a formatos reproduzidos ad infinitum, sempre à cata de padrões, fórmulas e rótulos. De certo modo a expressão World Music se estabelece mesmo como um rótulo, na vã tentativa de abarcar a diversidade musical planetária e facilitar a vida do vendedor que vai colocar o disco na estante da loja. Porém a expressão de alguma forma revela a existência do inclassificável que se desloca entre as formas feitas e os espaços regrados, gerando trilhas imprevisíveis.
 

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