Cerejas

Silêncio

A Câmara Municipal está tratando de abolir os barulhos harmoniosos da cidade: os auto-falantes e as vitrolas. [...]
Gosto daqueles móveis melódicos e daquelas cornetas altíssonas. Fazem bem aos nervos. A gente anda, pelo centro, com os ouvidos cheios de algarismos, de cotações da bolsa de café, de câmbio, de duplicatas, de concordatas, de "cantatas", de negociatas e outras cousas chatas. De repente, passa pela porta aberta de uma dessas lojas sonoras e recebe em cheio, em plena trompa de Eustáquio, uma lufada sinfônica, repousante de sonho [...] E a gente pára um pouco nesse halo de encantado devaneio, nesse nimbo embalador de música, até que a altíssima farda azul marinho venha grasnar aquele horroroso "Faz favorrr, senhorrr!", que vem fazer a gente circular, que vem repor a gente na odiosa, geométrica, invariável realidade do Triângulo - isto é, da vida."
Urbano (Guilherme de Almeida), 1927.

2 de dezembro de 2009

Aulas de história e música popular

Recentemente estive envolvido em atividades de ensino enfocando parte do material de minha pesquisa sobre MPB. No início de Novembro, estive em Viçosa para oferecer um curso de extensão, a convite de minha colega Patrícia Vargas, agora professora da UFV. Logo em seguida, por intermédio de meu grande parceiro Pablo Castro, estive na Escola de Música da UFMG para uma aula sobre Clube da Esquina, para a turma do professor Carlos Ernest de História da Música Popular, a quem igualmente agradeço o convite. Entre outras coisas, tentei mostrar as possibilidades de pesquisa, tipos de fontes, opções metodológicas, enfim, como o historiador pode abordar a música popular em suas investigações. Só de curiosidade, eis aí alguns dos documentos que utilizei...

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