Cerejas

Silêncio

A Câmara Municipal está tratando de abolir os barulhos harmoniosos da cidade: os auto-falantes e as vitrolas. [...]
Gosto daqueles móveis melódicos e daquelas cornetas altíssonas. Fazem bem aos nervos. A gente anda, pelo centro, com os ouvidos cheios de algarismos, de cotações da bolsa de café, de câmbio, de duplicatas, de concordatas, de "cantatas", de negociatas e outras cousas chatas. De repente, passa pela porta aberta de uma dessas lojas sonoras e recebe em cheio, em plena trompa de Eustáquio, uma lufada sinfônica, repousante de sonho [...] E a gente pára um pouco nesse halo de encantado devaneio, nesse nimbo embalador de música, até que a altíssima farda azul marinho venha grasnar aquele horroroso "Faz favorrr, senhorrr!", que vem fazer a gente circular, que vem repor a gente na odiosa, geométrica, invariável realidade do Triângulo - isto é, da vida."
Urbano (Guilherme de Almeida), 1927.
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31 de janeiro de 2018

1a. c/ 7a. A arte carnavalizada de Glauco Rodrigues

Assisti com muito interesse ao documentário "Glauco do Brasil", sobre a vida e obra do artista brasileiro Glauco Rodrigues. Permanece ainda relativamente inexplorada academicamente falando a relação entre a música popular e as artes plásticas, especialmente se excetuarmos o caso da Tropicália. Fiquei particularmente ligado no depoimento do João Bosco remontando às artes das capas de Caça à raposa, Galos de Briga e Comissão de Frente. Em sua fala ele chama atenção para a afinidade do trabalho do artista com o repertório que vinha construindo, especialmente em parceria com Aldir Blanc, a partir do conceito de carnavalização. 


Achei relevante esse apontamento para contrapor essa opção estética (na música popular e nas artes visuais) ao atual posicionamento sectário que vem sendo expresso através do entendimento raso do conceito de 'apropriação cultural'. Há uma relação entre essa diferença de concepções sobre a Cultura e a conjuntura social e política em que se apresentam. Nos anos 1960-70 havia a tentativa de imaginar um país e de gestar um projeto nacional, e nesse intuito recorria-se invariavelmente a alguma forma de mescla para embasar-se. A política e o debate cultural atuais tem gravitado em torno de outras formas de construção das identidades, por vezes supra e por vezes infra nacionais. Ocorre que muitas vezes essas formas reivindicam um grau extremo de pureza e separação, distanciando-se da possibilidade de traçar destinos comuns e visões de mundo compartilhadas. Me parece urgente retomar o fio da meada da brasilidade a partir das propostas estéticas e política desenhadas a partir do reconhecimento da hibridação cultural como nosso traço distintivo. 






Da apresentação oficial no You Tube:
"Glauco do Brasil é um documentário de 90 minutos, que retrata a vida e a obra do pintor Glauco Rodrigues. Gaúcho de Bagé, Rio Grande do Sul, Brasil, Glauco é considerado por teóricos, críticos e artistas nacionais e internacionais um dos principais pintores da Pop Art na América Latina. A trajetória de Glauco Rodrigues é retratada através de uma série de entrevistas, depoimentos, imagens de arquivo e captação de novas imagens dos cenários no qual Glauco Rodrigues vivenciou e se inspirou. O documentário possui entrevistas com artistas e intelectuais como: Nicolas Bourriaud, Ferreira Gullar, Gilberto Chateaubriand, João Bosco, Luis Fernando Veríssimo, Camilla Amado, Frederico Morais, entre outros."



4 de fevereiro de 2014

Recomendação de blog - Melt

As navegações errantes podem nos transportar a sítios literalmente fantásticos, como é o caso desse MELT, basicamente orientado pelas artes visuais e com grande atenção para sua interface com a música, especialmente a seção album of the week que apresenta uma seleção de discos de diferentes épocas, todos com capas que prendem o olhar. Alguns também são acompanhados de resenhas e material fotográfico. A música, pelo jeito, é escolhida ao gosto dos editores, sem maiores detalhes. Ainda pretendo abordar a arte de capas com maior cuidado quem sabe escrever um artigo a respeito, mas por enquanto já vale esse exercício exploratório. Selecionei dois tópicos particularmente atraentes visual e musicalmente dentro do site, o primeiro mostra alguns dos trabalhos de Roger Dean, artista particularmente conhecido por ilustrar os discos do Yes com paisagens fantásticas e geografias interplanetárias, e o segundo é sobre Marijke Koger, uma das criadoras do coletivo de arte The Fool, que entre outras peripécias pintou a fachada da butique da Apple dos Beatles. Aproveitem o visual...

 

8 de outubro de 2013

Uma certa loja de discos e a vontade de compor

Faz tempo que não adoto um tom mais intimista e autobiográfico aqui no blog. Resolvi agora, de um relance, fazê-lo, mesmo que sem muito tempo para produzir o texto que gostaria. É que a memória às vezes pode ser provocada de uma forma tão súbita, tão intensa, acesa por uma fagulha feita de um som, de uma imagem entrevista, e deixar pra depois pode causar prejuízo à capacidade de retomar as lembranças que nesse instante dão a sensação de serem mais nítidas e inteiras do que de fato poderiam ser. Fica também como registro pelo Dia do Compositor.
                                                          Curiosidade: edição em Fita K7 de "Meu Filme", 1996
                                                             
Foi assistindo o vídeo do show Meu filme (que ainda não tinha visto) que me lembrei imediatamente de ter comprado o CD homônimo numa certa loja de discos - não por acaso chamada Liverpool - que ficava no shopping 5a. Avenida, na Savassi (BH). Uma loja que pra mim representava muitas vezes o depósito de tesouros mais ou menos inalcançáveis, que às vezes ficava "estudando" mas poucas vezes tive a possibilidade de adquirir. Só pra dar uma ideia, vinha aquele papelzinho que era pra ser ajuntado, e quando se completava 10 trocava-se por um CD. Nunca completei. Normalmente comprava discos no sebo, fosse vinis ou cds, mas aí fica difícil quando se tratava de lançamento. Deve ter sido algum dinheiro ganho de presente, algo assim. Enfim, se não me falha a memória foi o primeiro CD que comprei no momento em que foi lançado, em 1996. Gosto muito do disco (ainda que dispense a "conexão" Skank em Te ver, compensada com sobra pela preciosa parceria com Caetano, Sem não) e qualquer hora escrevo uma boa resenha dele. Adoro a capa, com elementos inusitados e a presença do caça Tornado, que eu conhecia porque colecionava um periódico sobre aviação militar. Enfim, lembro de comprar e chegar em casa com aquela ansiedade boa, vontade de ouvir logo que assalta quem acabou de adquirir um disco novo. Dentro das minhas limitadas capacidades como violonista, ficava ouvindo e tentando tirar, sem muito sucesso, uma ou outra canção do disco. E queria muito, ser capaz de entender como elas eram feitas, não de um ponto de vista analítico, mas prático mesmo. Dava mesmo uma vontade de compor. Àquela altura já começara minha parceria com o Pablo Castro, e enquanto cursava História na Fafich minhas letras iam aparecendo nas canções dele, além de nas minhas próprias, bem mais amadoras, por assim dizer. Mesmo hoje preferindo outros trabalhos na discografia do Lô, sei que esse tem um lugar reservado, por ser parte do meu filme.

15 de julho de 2012

A faixa de pedestres mais famosa do mundo!

Um dos temas que abordo constantemente em minhas pesquisas é a relação da música popular com os lugares da cidade. Muitos locais prosaicos, tornaram-se, depois de serem abordados em uma canção ou retratados numa capa de disco, espaços recobertos de significados diferentes dos que a princípio guardavam. É o caso da faixa de pedestres mais famosa do mundo, em Abbey Road, Londres, local em que os Beatles posaram para a capa do álbum homônimo (falei dela em postagem anterior). O endereço dos estúdios em que os Beatles gravaram a maior parte de sua obra também foi citado na canção abaixo, do álbum de estréia da banda 14Bis:


Perdido em Abbey Road (Vermelho/Flávio Venturini)

Esses lugares também são cada vez mais apropriados em um viés mercadológico, como roteiro turístico e como "produto cultural". Reconhecer esse processo não implica dizer que se apagam outras formas de apropriação, mas que este deve ser considerado como compenente que constitui as relações, eventualmente conflituosas, que dão forma ao espaço urbano.  Os estúdios Abbey Road posicionaram uma webcam que permite visualizar "ao vivo" a faixa e as práticas de pedestres e motoristas em seu entorno [abbey road crossing webcam]. Que objeto privilegiado para observação!

7 de maio de 2012

Entre o pop e o progresso

Enquanto não acho o tempo necessário para elaborar postagens novas, o trabalho de recuperar e eventualmente ajustar algumas postagens antigas vai andando, e remexer em material antigo pode provocar alguma inspiração. Ao ver a imagem da capa do compacto simples de Strawberry Fields Forever/Penny Lane que utilizei para ilustrar outro texto, e já que estou preparando um texto que aborda uma questão relacionada a capas de discos, lembrei que neste caso já tinha algo escrito e publicado (um artigo) por aí. Decidi destacar de lá algum trecho que tratasse das capas do compacto e também do Sgt Pepper's, mas acabei descobrindo que a análise está mesclada com outros temas igualmente relevantes, relacionando o estudo iconográfico à transgressão musical dos Beatles naquele momento de suas carreiras. Um trecho que funciona de aperitivo para o artigo, e também para discussões vindouras...

Em depoimento ao jornal underground Internacional Times (que Paul ajudara a criar), George Harrison dizia que os Beatles não deveriam mais se limitar ao pop, achando inclusive que “(...) a gente se conteve demais em coisas como ‘Strawberry Fields’ (...) acho que provamos que a música eletrônica pode se misturar com a música ‘pop’, e provaremos que música indiana, eletrônica e ‘pop’ podem andar juntas” (HEYLIN, 2007: 138). Ele acrescentaria mais um ingrediente ao caldeirão de sons ao propor unir música de concerto e instrumentos indianos na canção Within you, Without you[1]. Essa atitude tornara-se possível num contexto em que os Beatles, abandonado as excursões, mudaram seus métodos de trabalho, levando canções apenas esboçadas para construí-las no estúdio e improvisando durante horas - deixando os técnicos exaustos e entediados. George Martin declarou que a parte mais difícil do LP foi começar a gravar às sete da noite e trabalhar até as três (HEYLIN, 2007: 100). Seu papel como produtor mudara, do de dar direções para o de concretizar as idéias dos Beatles – por mais mirabolantes que fossem. Mais importante do que ter acesso à tecnologia de gravação era ter alguém que pudesse conduzi-la no rumo desejado. Mas que rumo? Em direção ao passado suburbano ou a última moda de Londres? 
Falando em moda, SAMUEL localiza na Swinging London de meados dos anos 1960 o fenômeno do retro-chique, ou “indústria da nostalgia”, em que a tecnologia recente é aplicada aos produtos de modo a obter uma estética que remete ao antigo (SAMUEL, 1994: 83), influenciando do vestuário às capas de disco. Mesmo sendo uma forma de revival, tem um caráter paródico:

“Ao contrário do restauracionismo e do conservantismo (...) o retro-chique é indiferente ao culto da autenticidade. Ele não se sente obrigado a permanecer fiel ao período (...) borra a distinção entre originais e reciclados (...) abole as diferenças de categorização entre passado e presente, abrindo um trânsito de mão dupla entre eles” (SAMUEL, 1994:112-113)


Há dois pontos de contato com o caso que estamos investigando. Musical: como vimos, os arranjos das duas canções atravessam gêneros e temporalidades diferentes. Visual: é significativo que tenham sido produzidos e lançados filmes promocionais para as duas canções, uma vez que o mesmo autor identifica neste mesmo período o início do predomínio do ‘visual’ sobre o ‘auditivo’ na cultura britânica (SAMUEL, 1994: 337-339). Ironicamente, não há qualquer cena dos Beatles em Liverpool. No filme de Strawberry Fields a cidade sequer aparece, pois a única locação é um morro, em que eles estão junto a um piano de armário sobre o qual está um tear, cujos fios se entendem até um carvalho. No de Penny Lane, externas do local mostrando placas e ônibus estampando o nome do logradouro são intercaladas com cenas dos Beatles atravessando Londres a cavalo, vestindo casacos de caça à raposa, em direção a um parque onde será servida uma aristocrática refeição (DANIELS, 2006: 42). Nos dois a montagem segue o ritmo das canções e consegue traduzir as técnicas usadas nas gravações, especialmente na cena em que Paul se move de trás para frente e “cai para cima” de um galho da árvore. Esteticamente, o primeiro filme é bem mais vanguardista, dando uma pista sobre a diferença na recepção de cada lado do compacto. As seqüências finais, por sua vez, evidenciam no improviso iconoclasta - com um quê de nonsense e sem qualquer agressividade explícita - sua semelhança no confronto entre o convencional e o transgressor: em uma, após derramar tintas no tear, eles derrubam o piano; na outra, no momento em que vão ser servidos, derrubam a mesa.
Transgressão que voltavam contra sua aparência pop. Desde 1966 vinham abandonando os ternos e cortes de cabelo padronizados, e depois que encerraram a última turnê Lennon passou a usar óculos de ‘vovô’ (aros circulares) e todos adotaram roupas psicodélicas e bigodes, que passariam depois a ser vistos nos chamados “heróis da classe trabalhadora”, (SAMUEL, 1994: 97). Lay-out propositalmente datado que aparece na capa do compacto, que ainda traz estampada uma moldura em torno da foto, de modo a imitar um porta-retratos antigo. O visual combinava com os uniformes de regimento eduardiano usados depois na capa de Sgt. Pepper’s. A influência do ambiente contracultural londrino aparece com força nesta legítima criação retro-chique de um artista do circuito de vanguarda, Peter Blake:

“A capa (...) pertence a (...) uma democracia de entretenimento no qual os showmen dos velhos tempos – reunidos – são amontoados com outros recentemente mortos (...) No som, o tambor da banda de metais, a clarineta e as cornetas tomaram o lugar dos amplificadores eletrônicos(...)um réquiem (...) ” (SAMUEL, 1994: 341)

Como a música, a capa é uma verdadeira colagem em arranjo surrealista que reúne na pose datada a banda com a platéia por atrás, aproximando a voga do culto aos artistas de cinema mortos, as referências culturais[2] dos Beatles e seu desejo de mudar a própria imagem. Àquela altura, o conceito do álbum sobre memórias de infância ganhara outro colorido. Paul compôs a canção título e imaginou a tal banda como alter-egos dos Beatles tocando num parque em algum lugar do norte (suas próprias estátuas de cera assistem ao show). O toque teatral foi dado a seguir pela entrada (sem intervalo) em cena de seu líder, Billy Shears, personagem vivido por Ringo na animada canção do norte With a little help from my friends[3], e como seu próprio intérprete entrega, o conceito de espetáculo foi realizado “(...) nas primeiras faixas e depois isso se dispersou pelo álbum” (HEYLIN, 2007: 141). O conceito, em seu estado inicial ou final, de fato é disperso, mas é possível ouvir seu eco, seja nas referências ao music hall [4]– gênero “impuro” e “cômico” (FRITH, 1996: 27; 209) - em When I’m 64[5] (satírica, mas gentil), nas composições que partem de fragmentos do dia-a-dia ou em frases emblemáticas como “Foi a vinte anos atrás, de hoje”; “muitos anos desde agora”; “dar uma volta pela velha escola”; “um período esplêndido está garantido para todos”. Encarando de forma mais abstrata, trata-se de metamorfose: morte e nascimento, réquiem e fanfarra, como explicou um crítico quando o disco saiu, assegurando ainda que as canções do compacto “foram prévias perfeitas” (HEYLIN, 2007:171)
Dialeticamente, se toda essa encenação da mudança mostra os Beatles se afastando de suas personagens de estrelas do pop, era justamente seu êxito até aquele momento que lhes dava respaldo diante da EMI para “ir longe”. Harrison disse ao repórter da revista Life que acompanhava uma noite de gravações:

“Acabamos de descobrir o que podemos fazer como músicos. Quais fronteiras podemos cruzar. Não faz mais tanta diferença se estamos em 1º lugar nas paradas. Tudo bem se as pessoas não gostarem de nós. Só não tentem nos podar” (HEYLIN, 2007: 135)

McCartney faria coro, afirmando que não se abrir para coisas novas poderia significar sucesso e fracasso ao mesmo tempo. Ele disse a Thomas Thompson, de Life: “(...) vamos perder alguns fãs. Nós os perdemos em Liverpool quando trocamos nossas jaquetas de couro por ternos (...) chegamos a um ponto onde não existem barreiras (...)” (HEYLIN, 2007: 135). Mas, oscilante, também demonstrava estar preocupado em evitar “ir longe demais” e distanciar-se dos fãs – o que explica a ousadia de Penny Lane ser dosada por uma melodia cantarolável, com um refrão que ecoa “cantigas de playgroud” (DANIELS, 2006: 41). Era a árdua busca do equilíbrio entre pop e progresso.



[1] Harrison, George. The Beatles. LP Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band. EMI, 1967.
[2] O encarte da edição em CD traz a lista completa das personalidades reunidas na capa.
[3] Lennon, John & McCartney, Paul. The Beatles. LP Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band. EMI, 1967. Esta foi a última faixa nova gravada para o disco, mas é a segunda na ordem final.
[4] Variedade espetáculo teatral que envolvia comédia e música popular. Também é usado como referência apenas ao tipo de música própria dos espetáculos em questão.
[5] Lennon, John & McCartney, Paul. The Beatles. LP Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band. EMI, 1967. A canção, refeita por Paul a parir de uma de suas composições mais antigas, chegou a ser cogitada como lado B para o compacto até dar lugar a Penny Lane.

4 de novembro de 2011

Versão alterada de capa de disco dos Beatles é eleita a mais rara do mundo


"Eleita pela revista 'Record Collector', a arte foi alterada para substituir os rostos dos músicos pelos dos executivos do selo Capitol, responsável por lançar os discos da banda nos EUA."....

Reportagem da BBC Brasil. Como sempre, os Beatles só entram na parada pra ganhar.
Aproveitando uma matéria relacionada da NME [aqui], alguns comentários inseridos sobre detalhes da capa mais reconhecida e valiosa da história da música popular.

16 de abril de 2011

Imagens que fazem parte da história da música popular

Ensaio fotográfico completo mostrando a produção de uma das mais marcantes capas de LPs da história da música popular, o álbum Abbey Road, dos Beatles. [clique aqui].
Acrescento o link para a seção da The Beatles Bible que trata do assunto, trazendo inclusive um esboço feito por Paul McCartney e detalhado pelo fotógrafo Iain Macmillan antes do próprio bater as fotos.

Complete photo shooting [here] for one of the most impressive album covers in the history of popular music, The Beatles' Abbey Road. Follows  link to The Beatles Bible about the same theme, showing a sketch made by Paul McCartney and detailed by photographer Iain Macmillan before he took the photos.