Assisti hoje, dentro da excelente mostra de cinema nacional recente realizada no Cine Humberto Mauro, ao documentário "Estou me guardando para quando o carnaval chegar", dirigido por Marcelo Gomes [entrevista], certamente mais reconhecido por Cinema, aspirinas e urubus. A narrativa crua - mas não nua, exatamente - de Toritama, cidade de 40 mil habitantes no agreste pernambucano responsável por 20% da produção nacional de jeans, emanando da boca de seus protagonistas, ainda que pontuada por uma narração em off que vai descrevendo um retrato contrastante dessa 'china com um carnaval no meio' com aquela cidade pacata de interior de que o cineasta se lembra de ter visitado com o pai. O título, pinçado da canção de Chico que por sua vez foi trilha original para o filme de Cacá Diegues,Quando o carnaval chegar, de 1972 [aqui para ver o filme e aqui para o trecho com a canção]. O diretor também lança mão de outras citações e procedimento metanarrativos, como por exemplo interromper o fluxo da narrativa e dirigir-se ao espectador para discutir a sua própria construção, demonstrando como a alteração do som (quase todo o tempo um uso brilhante da banda sonora tomada pelo recorrente e ensurdecedor barulho de máquinas de costura e outros aparelhos usados nas facções, fabriquetas de fundo de quintal que dominam a paisagem urbana de Toritama - uma das traduções do tupi poderia ser "terra da felicidade"), ou do ângulo da filmagem. Não tenho um domínio do repertório de documentários brasileiros sobre a questão do trabalho, mas claro que foi inevitável uma lembrança de Ilha das flores, porém me parece que "Estou me guardando" teve o cuidado de ser menos didático, jornalístico ou panfletário, nos deixando cada vez mais atônitos ante a convicção empreendedorista da grande maioria dos moradores que narram diferentes versões do "toritaman way of life", que é sobretudo marcado pelo imediatismo total - daí o lance provocativo com o título e a canção - totalmente afinado com uma perspectiva ultraliberal. Tal realismo, sem tutela da fala dos trabalhadores autônomos que se tornaram escravos de sua própria versão agreste de meritocracia, pontuado aqui e ali com as tiradas e criatividade de um povo que faz do improviso seu modo de viver e expressar, torna "Estou me guardando" um retrato ainda mais acurado do Brasil de hoje que Bacurau. E muito menos palatável.
Espaço que visa divulgar e disponibilizar trabalhos de criação e crítica referentes à MPB e música popular, não apenas para promover o intercâmbio de gostos e opiniões, mas fundamentalmente catapultar o debate sobre o tema.
Cerejas
Silêncio
A Câmara Municipal está tratando de abolir os barulhos harmoniosos da cidade: os auto-falantes e as vitrolas. [...]
Gosto daqueles móveis melódicos e daquelas cornetas altíssonas. Fazem bem aos nervos. A gente anda, pelo centro, com os ouvidos cheios de algarismos, de cotações da bolsa de café, de câmbio, de duplicatas, de concordatas, de "cantatas", de negociatas e outras cousas chatas. De repente, passa pela porta aberta de uma dessas lojas sonoras e recebe em cheio, em plena trompa de Eustáquio, uma lufada sinfônica, repousante de sonho [...] E a gente pára um pouco nesse halo de encantado devaneio, nesse nimbo embalador de música, até que a altíssima farda azul marinho venha grasnar aquele horroroso "Faz favorrr, senhorrr!", que vem fazer a gente circular, que vem repor a gente na odiosa, geométrica, invariável realidade do Triângulo - isto é, da vida."
Urbano (Guilherme de Almeida), 1927.
A Câmara Municipal está tratando de abolir os barulhos harmoniosos da cidade: os auto-falantes e as vitrolas. [...]
Gosto daqueles móveis melódicos e daquelas cornetas altíssonas. Fazem bem aos nervos. A gente anda, pelo centro, com os ouvidos cheios de algarismos, de cotações da bolsa de café, de câmbio, de duplicatas, de concordatas, de "cantatas", de negociatas e outras cousas chatas. De repente, passa pela porta aberta de uma dessas lojas sonoras e recebe em cheio, em plena trompa de Eustáquio, uma lufada sinfônica, repousante de sonho [...] E a gente pára um pouco nesse halo de encantado devaneio, nesse nimbo embalador de música, até que a altíssima farda azul marinho venha grasnar aquele horroroso "Faz favorrr, senhorrr!", que vem fazer a gente circular, que vem repor a gente na odiosa, geométrica, invariável realidade do Triângulo - isto é, da vida."
Urbano (Guilherme de Almeida), 1927.
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21 de dezembro de 2019
7 de março de 2019
São verde e rosa as multidões
Mesmo não sendo um estudioso dedicado do carnaval carioca e brasileiro, como historiador da música popular, e como compositor, me sinto compelido a arriscar algumas linhas sobre este samba, certamente a espinha dorsal de qualquer desfile de Escola, e desta feita articulado de uma forma praticamente impecável a todo resto que compõe o espetáculo multimidiático. Não vou ficar esmiuçando detalhes e avaliações de jurados especializados, e prefiro incorporar o VT da transmissão, seguido da letra, para que o leitor faça a devida apreciação, se ainda não teve a oportunidade.
Mangueira, tira a poeira dos porões
Ô, abre alas
pros teus heróis de barracões
Dos Brasis que se faz um país
de Lecis, jamelões
São verde e rosa as multidões
Brasil,
meu nego deixa eu te contar
A história que a história não conta
O avesso do mesmo lugar
Na luta é que a gente se encontra
Brasil,
meu dengo a Mangueira chegou
Com versos que o livro apagou
Desde 1500 tem mais invasão do que descobrimento
Tem sangue retinto pisado
Atrás do herói emoldurado
Mulheres, tamoios, mulatos
Eu quero um país que não está no retrato
Brasil, o teu nome é Dandara
E a tua cara é de cariri
Não veio do céu nem das mãos de Isabel
A liberdade é um dragão no mar
de Aracati
Salve os caboclos de julho
Quem foi de aço nos anos de chumbo
Brasil, chegou a vez
De ouvir as Marias, Mahins, Marielles, malês
A sofisticação em letra e música é tal que certamente deixarei passar muita coisa. Vou procurar pontuar o que posso, na confluência entre música popular e História, que é onde efetivamente tenho algo a dizer. Em outras oportunidades já comentei sobre tal relação nos sambas-enredo [aqui], e cumpre notar que a Mangueira segue na picada que a Paraíso do Tuiuti abriu ano passado, como escrevi neste mesmo blog [aqui]. Investiguei ali a configuração do samba-enredo crítico, que em alguma medida se aproveita do avanço da historiografia para ir além do marco de exaltação e mistificação de suas contrapartes tradicionais. Neste sentido, ele propõe uma interpretação histórica a contrapena (vou me permitir essa mordida antropofágica na expressão benjaminiana 'a contrapelo') e assume isso explicitamente na sua própria expressão cancional - anunciando que vai contar "(...)A história que a história não conta/ O avesso do mesmo lugar", e que vai falar do esquecido, do silenciado, dos "versos que o livro apagou". Essa (in)versão da perspectiva interpretativa (recurso simbólico cuja associação ao carnaval já rendeu muitas páginas de teoria social) é bem marcada em dois episódios históricos chave, surradamente celebrados em tantos carnavais: o descobrimento e a abolição, relidos o primeiro como invasão e a segunda como resultado de lutas várias e não da benevolência da princesa (metonímia da elite imperial). Num acontecimento musical que certamente entrará para os anais dos desfiles, o arranjo da bateria expressa musicalmente essa operação, que o estudioso Luiz Antonio Simas descreveu [via facebook] com conhecimento de causa tão grande que só me cabe citá-lo:
"Detalhe da bateria da Mangueira. Ela faz uma bossa de marcha militar na preparação do refrão. Só que aí a marcha militar saí e entra uma muzenza tocada nos atabaques! A muzenza é um ritmo tocado nos candomblés de caboclo! A muzenza se impõe sobre a marcha militar! O enredo contado por uma bateria! Putaquepariu. Desculpem as exclamações." .
A história oficial, aquela que enaltece, que ergue monumentos, que emoldura os retratos dos vencedores, costumeira fonte de tantos enredos de exaltação, é contestada. Não se trata de uma alternância maniqueísta, simplista. Falar do ponto de vista dos vencidos não é colocá-los como vencedores, e sim revelar melhor o saldo dos embates. Longe de qualquer idílio, é de sangue e ossos que se trata o que é a vitória de uns e derrota de outros. Este é o conceito que as alas e alegorias demonstram visualmente de modo brilhante. Posso destacar a Comissão de Frente e a alegoria do 2º carro, saída diretamente das intervenções que vêm sendo feitas por indígenas e demais ativistas engajados em sua causa sobre o Monumento às Bandeiras. A violência dos apagamentos é enfrentada nas presenças físicas, na pessoa da Mônica Benício, viúva de Marielle Franco, ou de Hildegard Angel, cuja mãe e irmão - gente que "foi de aço nos anos de chumbo" - foram mortos pela ditadura militar (lamentavelmente a Fátima Bernardes se acovardou no comentário que fez a respeito durante a transmissão), já na parte final do desfile. Numa nota marginal, como que para nos lembrar que o desfile mais lindo, crítico, etc., ainda assim está integrado no grande negócio capitalista que virou o carnaval, as moças que empurravam os carros exibiam os cabelos alisados pela marca que envergavam nas camisetas. Las contradiciones del Capital...
Acho importante destacar que a História narrada não é "alternativa" como alguns comentários apressados sugeriram, é tão História quanto qualquer coisa que é digna desse nome. É preciso que se diga que a imagem de uma História não contada "nos livros" não pode ser tomada tão literalmente. A superação desse modelo de narrativa de heróis louvados e consagração de vencedores foi certamente a tônica da historiografia produzida ao longo do século XX. Diferentes escolas e vertentes elevaram a sujeitos as pessoas comuns, os populares, subalternos, derrotados - os especialistas as conhecem e para os leigos talvez se tornasse excessivo enumerar autores e trabalhos. Claro que estamos bem longe da disseminação do conhecimento histórico que gostaríamos de ver - o que o enredo salienta - mas é certo que o samba da Mangueira não tiraria a poeira dos porões e sairia do barracão sem dissertações, teses e livros escritos por historiadores nas últimas décadas, claro que ladeados pela memória que comunidades diversas, em um enfrentamento incessante, foram preservando e reescrevendo por sua própria conta - tradição que a Escola não deixa de reverenciar em figuras emblemáticas como Leci Brandão e Jamelão. Essa colaboração efetiva, foi explicitada inclusive nos textos escritos por professores/pesquisadores que figuraram no último carro. Para além dos livros didáticos, é preciso ainda dizer que uma visão crítica da História do Brasil é levada às salas de aula por milhares de professores que são formados pra isso, especialmente nas universidades públicas. Não é por acaso que hoje ações como Escola Sem Partidos, que o próprio governo federal intenta encampar, pretendem cercear estes professores.
Num episódio lamentável, que deprecia o mandato presidencial e tudo que cerca a condição de chefe de Estado, o atual ocupante do Palácio da Alvorada compartilhou um vídeo com material que pode ser considerado pornográfico, propagando-o como exemplo caluniosamente generalizado do que ocorre nos blocos de Carnaval. A fala do carnavalesco Leandro Vieira respondeu com propriedade a mais este ato repugnante do político com arminha na mão:
"É um recado político para o país todo, que tem que entender que isso aqui é importante. É um recado político também para o presidente mostrar que o carnaval é isso aqui. O carnaval é a festa do povo. O carnaval é cultura popular. O carnaval não é o que ele acha que é. O carnaval é isso. E ele deveria mostrar para o mundo o carnaval da Mangueira. O carnaval da arte, o carnaval da luta, o carnaval do povo, o carnaval da cultura popular."
Entendo que só existe basicamente uma coisa impedindo firmemente que o projeto teocrático conservador nos costumes ultraliberal na economia tome conta do imaginário do brasileiro. Chama-se ... o carnaval, o carnaval, o carnaval... O Brasil precisa de um novo samba-enredo como Hino.
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23 de fevereiro de 2012
O carnaval de BH em cor e som
Enfim, carnaval em BH é o que há. (não, isso não foi encomendado pela Belotur).
Outras leituras mais do que oportunas sobre o mesmo assunto:
Chuta a família mineira! (texto de Makely Ka)
Chuta a família mineira! (texto de Makely Ka)
Uma outra partilha da rua (texto de Victor Guimarães)
20 de fevereiro de 2012
Lista para o carnaval
Pleno carnaval, um pouco preguiçoso... pra não deixar o blog parado, pensei em começar uma lista com canções que tratam do assunto de modo mais direto, muitas vezes trazendo a palavra "carnaval" no título. Vou começar e deixo o convite aos meus estimados leitores para incorporar outros títulos à lista.
Ao que tudo indica é um trecho retirado do filme "Quando o carnaval chegar" dirigido por Cacá Diegues em 1972. Na cena, Chico Buarque contracena com o emblemático ator Hugo Carvana.
Aguardo as contribuições e depois que tiver engordado a lista quem sabe não surge uma coletênea comentada...
Carnavalzinho (Lisa Ono/Mário Adnet)
Carnavalzinho (Lisa Ono/Mário Adnet)
10 de fevereiro de 2012
Samba do crioulo doido: paradoxo e perplexidade no enredo do Brasil

"o crioulo era da ala de compositores de uma escola de samba, e, todo ano, tinha que fazer um samba com enredo da história do Brasil. Era Tiradentes, casamento de D. Pedro I, as badalações de Chica da Silva, a abolição, a proclamação da República, enfim, o crioulo começou a misturar estação (...) ele chegou na escola e perguntou qual era o enredo para este ano, responderam que era a 'atual conjuntura' e aí o crioulo ficou doido de vez (...)" UH, 8/12/1967, citado por AUGRAS, 1998.
Pode ser lido como crítica elitista à apropriação popular dos temas históricos nos enredos, como expressão de racismo, como crítica de conjuntura. Nesse último sentido, a autora recupera uma ação do DOPS em BH, retirando elementos de decoração de um salão do Floresta Tênis Clube, inspirados pelo samba, intimando o decorador a explicar, entre outras coisas, uma bandeira meio Brasil meio EUA (essa foi por conta dele mesmo...).Enfim, o disparate parece fazer muito sentido, na medida em que revela nossos paradoxos e conflitos sociais mais arraigados.
Confiram a letra e a interpretação do Quarteto em Cy (quem primeiro o gravou em 1968):
Foi em Diamantina
Onde nasceu JK
Que a princesa Leopoldina
Arresolveu se casar
Mas Chica da Silva
Tinha outros pretendentes
E obrigou a princesa
A se casar
Com Tiradentes...
Onde nasceu JK
Que a princesa Leopoldina
Arresolveu se casar
Mas Chica da Silva
Tinha outros pretendentes
E obrigou a princesa
A se casar
Com Tiradentes...
Lá! Iá! Lá Iá! Lá Iá!
O bode que deu
Vou te contar...(2x)
O bode que deu
Vou te contar...(2x)
Joaquim José
Que também é
Da Silva Xavier
Queria ser dono do mundo
E se elegeu Pedro II
Das estradas de Minas
Seguiu prá São Paulo
E falou com Anchieta
O vigário dos índios
Aliou-se a Dom Pedro
E acabou com a falseta
Da união deles dois
Ficou resolvida a questão
E foi proclamada
A escravidão
E foi proclamada
A escravidão...
Que também é
Da Silva Xavier
Queria ser dono do mundo
E se elegeu Pedro II
Das estradas de Minas
Seguiu prá São Paulo
E falou com Anchieta
O vigário dos índios
Aliou-se a Dom Pedro
E acabou com a falseta
Da união deles dois
Ficou resolvida a questão
E foi proclamada
A escravidão
E foi proclamada
A escravidão...
Assim se conta
Essa história
Que é dos dois
A maior glória
A Leopoldina virou trem
E Dom Pedro
É uma estação também...
Que é dos dois
A maior glória
A Leopoldina virou trem
E Dom Pedro
É uma estação também...
Oh Oh! Oh Oh Oh Oh!
O trem tá atrasado
Ou já passou...(2x)
O trem tá atrasado
Ou já passou...(2x)
9 de fevereiro de 2012
Na estante na avenida
Ainda sem plenas condições, por conta de um microrganismo chato que me pôs à lona e me roubou a semana, vou retomando as atividades e o blog não poderia ficar de fora. Algumas ideias para o carnaval, vou ver o que dá pra "colocar na avenida". Pensei numa edição especial da seção "Na estante" com sugestões bibliográficas. Não sou especialista no assunto, mas é inevitável passar por ele quando se pesquisa música popular no Brasil. Vou começar citando alguns que me vem à cabeça por motivos até pessoais, mas que tem algo em comum. São trabalhos de colegas que admiro e que pesquisaram o assunto durante o
mestrado. O primeiro é "Folganças populares: festejos de entrudo e carnaval em Minas Gerais no século XIX", da Patrícia Vargas Lopes de Araújo, que tive o privilégio de ter como colega no PPGHIS da UFMG. Embora não fôssemos da mesma turma nossas pesquisas tinham algumas referências em comum e trocamos muitas ideias, especialmente sobre o conceito de cultura popular. Foi com ela que ouvi falar pela primeira vez em "entrudo". Além de pesquisadora meticulosa, Patrícia escreve muito bem, então mais do que recomendado. Outro trabalho bem feito, que nos leva para um cenário diferente do óbvio Rio de Janeiro ou Bahia quando o assunto é esse é o livro "Coisas para o povo não fazer: carnaval em Porto Alegre (1870-1915)" do Alexandre Lazzari.
Colegas nos tempos de Unileste-MG, Alexandre é um profissional sério e competente, dotando também de senso crítico bem próprio. Foi orientado na Unicamp pela Maria Clementina Pereira Cunha, autora do ótimo Ecos da folia, primorosa história social do carnaval carioca. Para
mim são, em resumo, bons exemplos do que deve ser uma história da
cultura que considere questões de ordem social e política sem perder o
fio condutor. Não me arvoraria aqui a fazer resenhas dos livros, são leituras feitas sob esse olhar da convivência e já há muito misturadas com lembranças das conversas com os colegas e de bons momentos que a proximidade do carnaval, inadvertidamente, me fez recordar.
mestrado. O primeiro é "Folganças populares: festejos de entrudo e carnaval em Minas Gerais no século XIX", da Patrícia Vargas Lopes de Araújo, que tive o privilégio de ter como colega no PPGHIS da UFMG. Embora não fôssemos da mesma turma nossas pesquisas tinham algumas referências em comum e trocamos muitas ideias, especialmente sobre o conceito de cultura popular. Foi com ela que ouvi falar pela primeira vez em "entrudo". Além de pesquisadora meticulosa, Patrícia escreve muito bem, então mais do que recomendado. Outro trabalho bem feito, que nos leva para um cenário diferente do óbvio Rio de Janeiro ou Bahia quando o assunto é esse é o livro "Coisas para o povo não fazer: carnaval em Porto Alegre (1870-1915)" do Alexandre Lazzari.
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