Cerejas

Silêncio

A Câmara Municipal está tratando de abolir os barulhos harmoniosos da cidade: os auto-falantes e as vitrolas. [...]
Gosto daqueles móveis melódicos e daquelas cornetas altíssonas. Fazem bem aos nervos. A gente anda, pelo centro, com os ouvidos cheios de algarismos, de cotações da bolsa de café, de câmbio, de duplicatas, de concordatas, de "cantatas", de negociatas e outras cousas chatas. De repente, passa pela porta aberta de uma dessas lojas sonoras e recebe em cheio, em plena trompa de Eustáquio, uma lufada sinfônica, repousante de sonho [...] E a gente pára um pouco nesse halo de encantado devaneio, nesse nimbo embalador de música, até que a altíssima farda azul marinho venha grasnar aquele horroroso "Faz favorrr, senhorrr!", que vem fazer a gente circular, que vem repor a gente na odiosa, geométrica, invariável realidade do Triângulo - isto é, da vida."
Urbano (Guilherme de Almeida), 1927.

1 de maio de 2013

Reflexões: O gênio vence a ignorância

Reflexões: O gênio vence a ignorância:. (...) Na coleção de discos do meu pai sobrevive uma pièce de résistance que nos remete aos tempos de nossa recente idade das trevas, um compacto duplo da Phillips com as quatro primeiras colocadas no III Festival Internacional da Canção Popular, promovido pela Rede Globo em 1968. Entre elas, duas músicas que protagonizaram uma polêmica e tanto na final nacional desse festival, “Sabiá” de Tom Jobim e Chico Buaque e “Caminhando (pra não dizer que não falei das flores)” de Geraldo Vandré, respectivamente, primeira e segunda colocada da etapa nacional.

Vale uma conferida no texto completo do Renato Ruas, sempre bem feito!

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