Ainda sobre influência das (re)leituras recentes de Michel de Certeau que estou discutindo num grupo formado com bolsistas de iniciação científica que oriento, foi que li essa pequena e certeira apresentação do grupo Oregon feita pelo meu parceiro Pablo Castro:
"Oregon, formado por Ralph Towner (violões e piano), Colin Walcott (cítara indiana e percussão ), Paul McCandless (sopros) e Glenn Moore (contrabaixo, violino e piano ) é uma música refrescante, perfeita para se escutar de manhã. Numa encruzilhada entre a música clássica, o jazz e o folk, com temas muito inspirados e grandes linhas de arranjo, mas também com saudável espaço para a improvisação, construíram uma das soluções estilísticas que adequadamente pode-se chamar de World Music, pelas sonoridades, ritmos compostos inspirados na música indiana, o caráter modal e plano de suas cadências harmônicas, embora muito audazes, fugindo das cadências tonais clássicas".
Talvez pareça espantoso ao ouvinte contemporâneo como uma música assim possa ter sido criada e gravada no âmbito da indústria fonográfica, que via de regra associamos a formatos reproduzidos ad infinitum, sempre à cata de padrões, fórmulas e rótulos. De certo modo a expressão World Music se estabelece mesmo como um rótulo, na vã tentativa de abarcar a diversidade musical planetária e facilitar a vida do vendedor que vai colocar o disco na estante da loja. Porém a expressão de alguma forma revela a existência do inclassificável que se desloca entre as formas feitas e os espaços regrados, gerando trilhas imprevisíveis.
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