Sim, mais um ano se acabou. Que venha o próximo. Como historiador não custa lembrar que o calendário
é um artifício que reinscreve o tempo vivido sobre o tempo cósmico (LE GOFF,
RICOEUR), reconhecendo a premissa de que o próprio tempo é uma categoria social
e histórica (ELIAS, KOSELLECK). Assim, de um lado demarco sua arbitrariedade, e
de outro reconheço que, em diferentes contextos, por razões distintas, as
sociedades se lançaram à hercúlea tarefa (intelectual, cultural) de dividi-lo e
mensurá-lo, de modo a impor sobre o tempo alguma ordem, como mostra David
Duncan em seu curioso livro Calendário. Celebramos, por isso, a passagem de ano, inclusive com canções apropriadas, como a famosa Fim de ano assinada por David Nasser e Francisco Alves:
- Adeus, ano velho!
- Feliz ano novo!
- Que tudo se realize
- No ano que vai nascer!
- Muito dinheiro no bolso,
- Saúde pra dar e vender!
- Para os solteiros, sorte no amor
- Nenhuma esperança perdida
- Para os casados, nenhuma briga
- Paz e sossego na vida
Informações de Samuel Machado Filho via You Tube:
A mais tradicional e lembrada canção de réveillon brasileira. Segundo depoimento do próprio João Dias, é Francisco Alves quem diz no início da gravação "Atenção, tá chegando meia-noite!".Histórico registro Odeon de 5 de outubro de 1951, lançado em dezembro seguinte com o nr. 13199-B, matriz 9149, tendo no lado A a versão "Sinos de Belém (Jingle bells). Esse disco permaneceu em catálogo por mais de 30 anos, tendo saído mais tarde em compacto simples.
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