A longa parceria, iniciada com Moto-contínuo em 1981, vicejou e deu belíssimos frutos para a discografia da MPB daí em diante, especialmente em projetos como O grande circo místico (1983), O corsário do rei (1985), Dança da meia-lua (1988) e Cambaio (2001). Curioso, de certa forma, que esses dois verdadeiros pontas-de-lança da música brasileira tenham demorado a iniciar essa parceria. "Não importa, são bonitas as canções"... Versos pinçados belíssima meta-canção Choro Bandido, mas essa postagem começou com outra que não fica atrás, Uma canção inédita. Dá pra perceber o grande entrosamento desses dois craques, seja compondo, cantando ou conversando:
Espaço que visa divulgar e disponibilizar trabalhos de criação e crítica referentes à MPB e música popular, não apenas para promover o intercâmbio de gostos e opiniões, mas fundamentalmente catapultar o debate sobre o tema.
Cerejas
Silêncio
A Câmara Municipal está tratando de abolir os barulhos harmoniosos da cidade: os auto-falantes e as vitrolas. [...]
Gosto daqueles móveis melódicos e daquelas cornetas altíssonas. Fazem bem aos nervos. A gente anda, pelo centro, com os ouvidos cheios de algarismos, de cotações da bolsa de café, de câmbio, de duplicatas, de concordatas, de "cantatas", de negociatas e outras cousas chatas. De repente, passa pela porta aberta de uma dessas lojas sonoras e recebe em cheio, em plena trompa de Eustáquio, uma lufada sinfônica, repousante de sonho [...] E a gente pára um pouco nesse halo de encantado devaneio, nesse nimbo embalador de música, até que a altíssima farda azul marinho venha grasnar aquele horroroso "Faz favorrr, senhorrr!", que vem fazer a gente circular, que vem repor a gente na odiosa, geométrica, invariável realidade do Triângulo - isto é, da vida."
Urbano (Guilherme de Almeida), 1927.
A Câmara Municipal está tratando de abolir os barulhos harmoniosos da cidade: os auto-falantes e as vitrolas. [...]
Gosto daqueles móveis melódicos e daquelas cornetas altíssonas. Fazem bem aos nervos. A gente anda, pelo centro, com os ouvidos cheios de algarismos, de cotações da bolsa de café, de câmbio, de duplicatas, de concordatas, de "cantatas", de negociatas e outras cousas chatas. De repente, passa pela porta aberta de uma dessas lojas sonoras e recebe em cheio, em plena trompa de Eustáquio, uma lufada sinfônica, repousante de sonho [...] E a gente pára um pouco nesse halo de encantado devaneio, nesse nimbo embalador de música, até que a altíssima farda azul marinho venha grasnar aquele horroroso "Faz favorrr, senhorrr!", que vem fazer a gente circular, que vem repor a gente na odiosa, geométrica, invariável realidade do Triângulo - isto é, da vida."
Urbano (Guilherme de Almeida), 1927.
9 de junho de 2013
Grandes encontros da música popular - Edu e Chico
Marcadores:
Chico Buarque,
Edu Lobo,
história,
MPB,
parceria
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Adoro o Edu (contrariando o Lobão),o Chico e seu blogue.
ResponderExcluirCaro Ademar, obrigado pela presença!
Excluir