Cerejas

Silêncio

A Câmara Municipal está tratando de abolir os barulhos harmoniosos da cidade: os auto-falantes e as vitrolas. [...]
Gosto daqueles móveis melódicos e daquelas cornetas altíssonas. Fazem bem aos nervos. A gente anda, pelo centro, com os ouvidos cheios de algarismos, de cotações da bolsa de café, de câmbio, de duplicatas, de concordatas, de "cantatas", de negociatas e outras cousas chatas. De repente, passa pela porta aberta de uma dessas lojas sonoras e recebe em cheio, em plena trompa de Eustáquio, uma lufada sinfônica, repousante de sonho [...] E a gente pára um pouco nesse halo de encantado devaneio, nesse nimbo embalador de música, até que a altíssima farda azul marinho venha grasnar aquele horroroso "Faz favorrr, senhorrr!", que vem fazer a gente circular, que vem repor a gente na odiosa, geométrica, invariável realidade do Triângulo - isto é, da vida."
Urbano (Guilherme de Almeida), 1927.

20 de abril de 2014

Música para vender?

O infográfico acima, baseado em pesquisa do Ibope, fui publicado na edição de Janeiro de 2014 da Revista Superinteressante [*obs: essa inserção é de caráter estritamente cultural e devidamente creditada. A propósito, uma revista que sempre achei, de fato, muito interessante]. Enfim, ando completamente sem tempo de desenvolver as postagens atualmente mas é sempre bom lançar essas coisas e ter depois a possibilidade de retomar. As estatísticas não estão completas e infográfico sempre implica em simplificações, mas acho interessante como forma sintética de disponibilizar informações que depois podem ser alvo de alguma reflexão. Já fiz, inclusive, pesquisas de natureza "micro", trabalhando com  o conceito de colecionismo relacionado às preferências musicais e é possível ver um quadro mais nuançado do que o que oferecem esses dados brutos. Sei que o blog tem vários leitores que se interessam por esse tipo de tema e já faço o convite para que venham comentários. 


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Essa postagem também me lembrou de uma canção nova de um trio assombroso de rock muito criativo, com humor e assinatura próprios, que coincidentemente está agora em campanha para produzir seu novo disco via catarse. Falo da banda SOMBA - os grandes Avelar Júnior, Guilherme Castro e Léo Dias. Esse post não ficaria completo sem a trilha que o inspirou: Eu queria fazer uma música para vender mas, puta que pariu... eu não consigo!

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