Acompanhei na noite de ontem o último espetáculo da série do projeto "Meio de Campo", iniciativa que considero a mais importante a ser sediada no Cine Teatro Brasil desde a exposição "Guerra e Paz" que marcou sua reabertura ao público. Entre tantos afazeres gostaria muito de deixar algum relato a respeito, mas eis que se antecipa a mim o caríssimo João Marcos Veiga, jornalista bem formado, que também tem a música nas veias e brevemente defenderá uma dissertação de mestrado em História sobre a Rua da Bahia, em cuja banca estará, com enorme prazer, este que vos escreve. Sendo assim, sem mais, o vivo texto do João, que gentilmente o cedeu para o blog:
Espaço que visa divulgar e disponibilizar trabalhos de criação e crítica referentes à MPB e música popular, não apenas para promover o intercâmbio de gostos e opiniões, mas fundamentalmente catapultar o debate sobre o tema.
Cerejas
Silêncio
A Câmara Municipal está tratando de abolir os barulhos harmoniosos da cidade: os auto-falantes e as vitrolas. [...]
Gosto daqueles móveis melódicos e daquelas cornetas altíssonas. Fazem bem aos nervos. A gente anda, pelo centro, com os ouvidos cheios de algarismos, de cotações da bolsa de café, de câmbio, de duplicatas, de concordatas, de "cantatas", de negociatas e outras cousas chatas. De repente, passa pela porta aberta de uma dessas lojas sonoras e recebe em cheio, em plena trompa de Eustáquio, uma lufada sinfônica, repousante de sonho [...] E a gente pára um pouco nesse halo de encantado devaneio, nesse nimbo embalador de música, até que a altíssima farda azul marinho venha grasnar aquele horroroso "Faz favorrr, senhorrr!", que vem fazer a gente circular, que vem repor a gente na odiosa, geométrica, invariável realidade do Triângulo - isto é, da vida."
Urbano (Guilherme de Almeida), 1927.
A Câmara Municipal está tratando de abolir os barulhos harmoniosos da cidade: os auto-falantes e as vitrolas. [...]
Gosto daqueles móveis melódicos e daquelas cornetas altíssonas. Fazem bem aos nervos. A gente anda, pelo centro, com os ouvidos cheios de algarismos, de cotações da bolsa de café, de câmbio, de duplicatas, de concordatas, de "cantatas", de negociatas e outras cousas chatas. De repente, passa pela porta aberta de uma dessas lojas sonoras e recebe em cheio, em plena trompa de Eustáquio, uma lufada sinfônica, repousante de sonho [...] E a gente pára um pouco nesse halo de encantado devaneio, nesse nimbo embalador de música, até que a altíssima farda azul marinho venha grasnar aquele horroroso "Faz favorrr, senhorrr!", que vem fazer a gente circular, que vem repor a gente na odiosa, geométrica, invariável realidade do Triângulo - isto é, da vida."
Urbano (Guilherme de Almeida), 1927.
25 de setembro de 2015
Meio de campo
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10 de setembro de 2015
Grandes encontros da Música Popular
Topei com essa versão aparentemente completa e com um certo tratamento dessa apresentação do programa Ensaio exibido em 1970 na extinta TV Tupi, reunindo em apresentação singular Gal Costa e o Som Imaginário, além da inserção particular de Tom Zé. Registro preciosíssimo para a história da MPB.
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9 de setembro de 2015
Um banho de canção - campanha de "O fazedor de rios" de LG Lopes
Eis aí a campanha, via Catarse, para financiar a finalização e o lançamento do disco "O fazedor de rios", do Luiz Gabriel Lopes [para saber tudo, acesso o link].
O Luiz é um cantautor com tudo que tem direito, em letra, melodia, harmonia, que canta, toca, solo, em banda(s), e de quebra promove, viaja, encontra, desencadeia, anda de bicicleta, é um agitador no melhor sentido do termo. Essa foto aí, que ele não lembra o show nem o fotógrafo, acho que captou totalmente a aura dele. Acho que essa imagem do movimento é precisa (ainda que borrada), pra mim é alguém assim, e aí combina bastante o título do disco, o rio, a canção, a feitura, tudo isso implica um deslocamento. E nisso, o cara já percorreu um vasto território, e não vai parar. Se muitas das canções que ouvi dele transmitem uma serenidade, uma singeleza, não tem nada de trivial. Tão sempre formando algum desenho, desencadeando ondulações, como quando a gente bota a mão na água.
Leia, ouça, e apoie. Tome um banho de canção.
Leia, ouça, e apoie. Tome um banho de canção.
7 de setembro de 2015
Instantes mutantes
Andanças aleatórias pela estrada de tijolos de dois dígitos:
"os Mutantes - Documentário - 1970 - direção de Antonio Carlos da Fontoura. Uma brincadeira mutante improvisada por Arnaldo Dias Baptista , Sergio Baptista e Rita Lee, os Mutantes, em um dia único pelas ruas de São Paulo. Acervo - Antonio Carlos da Fontoura sob custódia do Arquivo Nacional ."
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