Cerejas

Silêncio

A Câmara Municipal está tratando de abolir os barulhos harmoniosos da cidade: os auto-falantes e as vitrolas. [...]
Gosto daqueles móveis melódicos e daquelas cornetas altíssonas. Fazem bem aos nervos. A gente anda, pelo centro, com os ouvidos cheios de algarismos, de cotações da bolsa de café, de câmbio, de duplicatas, de concordatas, de "cantatas", de negociatas e outras cousas chatas. De repente, passa pela porta aberta de uma dessas lojas sonoras e recebe em cheio, em plena trompa de Eustáquio, uma lufada sinfônica, repousante de sonho [...] E a gente pára um pouco nesse halo de encantado devaneio, nesse nimbo embalador de música, até que a altíssima farda azul marinho venha grasnar aquele horroroso "Faz favorrr, senhorrr!", que vem fazer a gente circular, que vem repor a gente na odiosa, geométrica, invariável realidade do Triângulo - isto é, da vida."
Urbano (Guilherme de Almeida), 1927.
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12 de novembro de 2017

CIDADE DE AÇO

Como geralmente costuma ocorrer na minha vida dupla como professor e compositor, justamente quando eu mais preciso me concentrar num desses lados o outro parece que resolve se manifestar com força. Final de semestre portanto é de lei, preciso corrigir trabalhos, lançar notas, cuidar do fechamento de disciplinas, mas as demandas para novas letras e canções costumam aparecer com força. E são inclusive, muito mais prazerosas de se atender, via de regra. Em meio a trabalhos e parcerias sou brindado com esse vídeo do Raul Mariano tocando a primeira que fizemos, Cidade de aço. Posso dizer que foi um começo muito promissor. Como já devo ter escrito algumas vezes, não sou daqueles letristas por encomenda, que encaram a coisa de um ponto de vista estritamente profissional. Pra mim é uma aproximação na arte e na vida. A parceria só rola com quem eu sinto essa afinidade e compartilho perspectivas estéticas e visões de mundo, além de uma admiração mútua. Tenho sido muito felizardo quanto a isso, e meu leque de parcerias aumentou muito nos últimos anos. Cada parceria é uma história, uma alquimia diferente. E também os métodos de composição podem variar de acordo com essa química.

Não sei de estatísticas mas é muito provável que em canção popular seja mais raro que um texto seja musicado do que o inverso. Até mesmo quando a mesma pessoa faz letra e música, é mais corriqueiro que surja primeiro a música. Estou certo que já coloque mais palavras para os sons que me chegaram, também. Mas tenho o hábito de, vez por outra, escrever algo que eu imagino ser uma letra de canção, ainda que a música seja algo subentendida, insinuada. Não considero isso de forma alguma um poema, porque eu costumo pensar num gênero, nas suas convenções, e também na forma, colocando muitas vezes um refrão, ou indicando um "B", enfim, já pensando que o destino daquele texto é ser derramado num canal melódico. Cidade de aço foi assim. Parti de uma experiência bem pessoal, que foi ter lecionado no Vale do Aço, em Minas Gerais, cuja cidade mais populosa é Ipatinga. Claro que isso é apenas um mote inicial, e evidentemente a escrita não está presa à concretude do que se vive. 

Comecei a pensar em toda uma tradição do cancioneiro popular sobre migrantes, êxodo rural, a dureza da vida nas grandes metrópoles para quem saiu da sua terra em busca de dias melhores. Usei nas estrofes iniciais o esquema ABBA, ou seja, rimas interpoladas. e no refrão fui menos formalista, ainda que haja rimas intercaladas. Enfim, é um lance muito simples e direto, uma canção engajada bem básica. Quando o Raul me pediu um material para arriscarmos sair uma canção, remexi no baú e encontrei essa, que tinha sido feita por volta de 10 anos antes, na época. A gente nunca sabe quando essa semente vai brotar. Me impressionei logo pois não demorou muito pra ele me devolver uma primeira investida na feitura da canção. Ouvi, curti o balanço, mas achei que não era por ali. E aí pinta aquele momento chave em que descobrimos se a parceria funciona ou não, quando a gente precisa falar o que pensa para o parceiro e sentir que há uma confiança mútua, feita para encarar de peito aberto as dúvidas e desafios da criação. Expliquei melhor o que tinha imaginado musicalmente enquanto escrevia e o Raul captou muito bem, tanto que logo em seguida veio com o andamento e interpretação mais afinada ao que eu tinha pensado. Trocamos ainda ideias sobre possíveis arranjos, algumas delas talvez perdidas no limbo das conversas no ciberespaço. Juntando tudo no que, depois de tanto tempo da letra que ficara hibernando numa pasta do meu computador num arquivo txt, foram alguns dias de trabalho dele, sem que eu tenha feito qualquer revisão notável do que havia escrito, e finalmente deu-se por inaugurada essa parceria que já rendeu outras tantas, e certamente ainda tem muito que gerar pela frente.




Cidade de aço (Luiz H. Garcia/ Raul Mariano)

Pelas curvas traiçoeiras
eu sigo no meu caminho
qual quixote sem moinho
mercador sem algibeiras

Trago nada que não seja
o sol brilhando na testa
e a esperança quinda resta
no punho de quem peleja

> refrão
Muita gente que nem eu
 já veio no mesmo traço
 fiando de fazer a vida
 na cidade de aço

> *2 parte refr:
E na hora derradeira
 o corpo sente cansaço 
 a vida perdeu seu fio
 na cidade de aço

Ao longo das ruas frias 
o sol lambendo vitrine
antes que o dia termine
volto ao lar de mãos vazias

Sei que lutar é preciso
contra o que não sei direito
mas tiro esse grito do peito
no semblante boto aviso

> Muita gente que nem eu
 já veio no mesmo traço
 fiando de fazer a vida
 na cidade de aço

>  Mas na hora verdadeira
 de erguer tudo no braço
 tô firme na dura lida
 da cidade de aço


3 de novembro de 2016

AOS RÉUS

Enorme satisfação em compartilhar aqui essa canção, ainda que o mote dela seja, na verdade, insatisfação. A parceria é algo realmente empolgante pra mim, porque se trata de colocar pedaços de nós numa terceira coisa. Cada parceiro que tenho é igualmente um amigo e cada qual a seu modo um comparsa, inclusive na catarse, nos protestos, nas lutas. Nesses dias temerários não tem nada que venha me dando tanto alento quanto escrever, ainda mais canções. Como tenho feito, vou tentar aqui revelar uma parte do processo de criação, sem tirar a graça e o mistério que o rondam. 

Tem hora que tudo pode ficar impregnado pelo momento, ou, abrindo um pouco mais o escopo em que entendemos como o presente nos afeta, pela conjuntura, como diriam @s colegas historiadores/as. A guinada à direita que vem ocorrendo nos últimos anos, coroada com o golpe político-jurídico e que atualmente se desdobra numa pletora de absurdos em formas de PECs, MPs, sei-lá-mais-o-quês, posturas autoritárias à luz do dia no judiciário, na polícia militar, enfim, toda uma verdadeira peça macabra, inspira porque a arte em que acredito não deve jamais estar à parte do mundo social, e sim no seu âmago. Foi nesses dias, de um outubro um tanto sonâmbulo, que o meu parceiro Raul Mariano me propôs a tarefa de desenvolver uma letra a partir do que já iniciara. Deixo ele mesmo contar:

 "Aos réus nasceu da ideia de compor um afrosamba apocalíptico, falando desse estado de coisas, desse mal-estar coletivo, que vivemos agora. A canção é tocada com o mizão afinado em ré, uma afinação muito usada por baluartes como Baden Powell. Iniciei essa letra tomado por um sentimento de impotência diante dos inúmeros episódios negativos que o Brasil tem vivido nos últimos dois anos no campo social, econômico, político. Com algumas estrofes e a melodia quase toda pronta, convidei o Balu [apelido de longa data deste que vos escreve] para "fazer a coisa crescer" e ele, como de praxe, concluiu a letra brilhantemente. Inclusive trazendo o refrão que ainda não havia."

Assim, peguei a coisa já delineada, e seguramente mais com o fígado do que com as mãos. A forma proposta era basicamente a seguinte A-A-B-A-A'-B-C-C. Blocos pequenos, mas distintos, para cada parte da música, com as 5 primeiras estrofes escritas e o 2° B e a terceira parte (C) sem letra ainda. Um afrosamba apocalíptico, literalmente, tinha um tom meditativo e grave, mas simultaneamente era uma reflexão especulativa, uma tentativa de entender um suposto fim do mundo já decorrido. Daí o fatalismo inevitável, mais conformista  impossível, que acabei adotando especialmente na parte C que acaba servindo como refrão ainda que não fosse necessariamente sua vocação. É como uma anúncio de arauto - o dia chegou. Tem umas jogadinhas formais por toda a letra, e aí também (a deus/adeus, por exemplo), que tenho a obrigação de reputar à influência de estar lendo por esses dias a poesia completa de Leminski. Há tempos tinha lido alguma coisa, sempre gostei, mas é diferente quando a gente resolve realmente mergulhar na obra de um poeta. Não tenho a menor pretensão de me colocar como estudioso dele, mas nesse momento a combinação de relaxo e capricho, de humor levado e disciplina formal, sempre ronda enquanto procuro pelas palavras pras canções. Como nessa estrofe, que particularmente adorei ter escrito, e que me passa a sensação de ser um hai-kai que aconteceu no meio da letra toda.

talvez deus tenha ficado nu
ou apressado
comeu o cru

Trabalhei bem rápido, diga-se de passagem, como parece ser o caso quando a gente está tão tomado por emoções, e meio que molhando a pena em ácido. Mas ao mesmo tempo mantive com a ironia e com o coloquial que o Raul já tinha lançado um certo respiro. Como parece nesse mundo cão que só resta rir, talvez diante da Revelação não seja muito diferente. Nesse sentido, foi uma coincidência incrível ter assistido o filme O novíssimo testamento, em que deus aparece como um destemperado morador de Bruxelas. Outra inspiração inevitável é O Evangelho segundo Jesus Cristo de Saramago. Aqui não se trata de teologia, mas de uma crítica da representação do divino feita por nós, os réus. Nesse sentido, é altamente profana. É quiçá, filosofia de butiquim, como bem convém a um afrosamba. Bebamos a isso. E saravá, Raul Mariano!

 


Aos réus
(Raul Mariano/Luiz H. A. Garcia)


talvez deus tenha perdido a voz
por um instante
e aconteceu


um descuido e o fim de todos nós
ninguém previu
escureceu


nem suspiro de alma viva vadiando sem lugar
à procura de algum corpo pra poder reencarnar


talvez deus tenha errado a mão
quando moldou
a criação


ou perdeu o juízo e prosseguiu
amou a criatura
e a imperfeição


no sussurro da serpente a ruína já se deu
pelo sangue de seu filho se matou e se morreu


ó céus, abriu-se o véu
a deus
ó réus, o dia chegou


ó céus, abriu-se o véu
adeus
ó réus, o dia chegou



talvez deus tenha ficado nu
ou apressado
comeu o cru


se encheu a cara e riu de nós
trocando as próprias pernas
no paraíso


do zumbido de uma mosca à hecatombe nuclear
fez soar tanta trombeta, fez o copo entornar


talvez deus tenha ficado só
com seus botões
e se esqueceu


vai-se o tempo e tudo volta ao pó
eis o destino
condenação


um silêncio sem tamanho, no dobrar da execução
na derrama dessa trama, já não pode haver perdão


ó céus, abriu-se o véu
a deus
ó réus, o dia chegou

 
ó céus, abriu-se o véu
adeus
ó réus, o dia chegou


27 de maio de 2016

REINVENTO

Aproveitando o ensejo do lançamento do disco Pra quem está vivo (2016) [aqui uma boa resenha pra começar a conhecer], do parceiro Raul Mariano, vou contar aqui um pouco da feitura de Reinvento, canção que abre o álbum. 
Penso sempre em como vou começar esses textos a partir de um ponto diferente, quase como se eu lançasse uma isca para meus dedos perseguirem, como peixinhos famintos nadando no mar de teclas, em busca da próxima palavra. Tentei lembrar então de como surgiu a proposta para fazer a letra para o B da canção, recorrendo ao arquivo do momento, um certo facebook. Uma ferramenta que às vezes absorve muito além da conta, mas que tem desdobramentos interessantes e imprevistos também. Uma conversa trivial, um assunto imediato, acabam registrados e eventualmente escapam assim do esquecimento. Era o final de outubro do ano passado. Raul no embalo da produção do disco, buscando burilar aqui ali uma ou outra coisa, e naquele momento tínhamos concluído uma primeira parceria, Cidade de aço, uma letra minha de tempos atrás que acabou encontrando um ótimo destino nas mãos dele, e da qual certamente falarei futuramente. Enquanto vejo, com muita empolgação, crescer o meu número de parceiros, sinto que uma primeira canção bem sucedida é o pontapé necessário pra coisa engrenar. Para o letrista, entendo que é preciso encontrar a sintonia de cada parceiro, encontrar um vocabulário comum para expressar ideias e emoções, realizar escolhas estéticas. Acho que contam muito as referências compartilhadas, as indicações que um vai fazendo ao outro, e também a descoberta de afinidades para além da música. 
Não posso deixar de mencionar que conheci o Raul através da Mostra Cantautores edição 2013 e de tabela dizer que esse tipo de iniciativa é fundamental também por promover esse encontro entre os compositores. Se apreciei de cara o trabalho dele, penso que foi basicamente por 3 motivos: o reconhecimento do traço próprio que ele intenta imprimir às canções que faz, o fato de que ao fazê-lo deixa também entrever referências de sua formação que me apetecem muito, como Beatles e Clube da Esquina, e por fim o que eu chamaria de flerte saudável com a radiofonia, o entendimento de que o gesto autoral não é de todo incompatível com a ambição de atingir um público maior e se acomodar a uma programação que é industrial, massificada, mesmo que assuma uma roupagem alternativa.
Depois dessa ré, vou retomar o fio da narrativa. O Raul então me pediu um "socorros costa"*.  Logo que topei ele me mandou uma síntese do conceito gerador da canção:

"Trata-se de uma canção que fala sobre o gesto de cantar. A força da voz enquanto instrumento propagador de ideias. Alguém que canta falando para sua própria voz "cumprir sua missão" ou algo assim."

Falamos mais um pouco sobre a forma e ele me mandou o que já havia feito da letra. Aparentemente a tarefa de arrematar algo tão encaminhado é fácil. É só seguir a linha, sem complicar - e de fato foi coisa de uns dois dias. Mas é preciso encontrar uma porta de entrada, e um jeito de andar pela casa em fase final de arrumação, sem tirar os móveis que estão no lugar. Decidi, ainda na conversa, que entraria pelas citações, ensejadas pelo mote da influência do Clube da Esquina, bem explicitada na retomada do verso de Brant "meu caminho é de pedra". Tarefa determinada e foi pintando aquela sensação boa da urgência de criar. Tinha a motivação extra do disco com as gravações em andamento. Resolvi então colocar o áudio que o parceiro mandara no celular, pra ouvir onde estivesse e ir deixando a melodia me impregnar. Um meio que ainda não tinha usado. Acabei levando papel e caneta pro clube na manhã seguinte, e resolvi por ali, ouvindo com fone e anotando. Foi catando as citações, escolhendo a de Cais "e se lançar" e de Contos da Lua Vaga "a lição sabemos de cór", combinando sem medo de ser feliz com o vocabulário e as imagens mais óbvias para falar de criação e composição. Embarquei sem culpa na visão do processo criativo como combinação do intuitivo, do que se sabe sem intelecção, e do fio consciente da razão que alinhava os impulsos, que arruma a trama. Confesso que quando mais novo devo ter tido um apego maior à vontade de 'gastar' na letra, de encher de referências, citações, de rebuscar. Um dia enquanto eu fazia minha pesquisa eu vi (ou li, estou em dúvida) uma entrevista do Ronaldo Bastos em que ele falava de "emburrecer" a letra de música, no sentido da busca da simplicidade crua, transparente. Se ainda não cumpri plenamente esse ideal, tem hora que ele me compele bastante. Taco lá um 'coração', um 'luz solar', e fico tranquilo. Senti com grande convicção a completude do resultado, acima de tudo porque o que eu escrevi queria atender a proposta do Fernando Brant em Vevecos, panelas e canelas, "Queria fazer agora uma canção alegre/ Brincando com palavras simples, boas de cantar.".

Reinvento (música de Raul Mariano, letra de Raul Mariano e Luiz Henrique Garcia)

Vai minha voz, abre os caminhos que esse mundo tem 
Deve haver tanta resposta
quero saber sobre essa força que me leva além 
redescobrir minhas verdades

Se perguntar ao coração
quem poderá deter?
A invenção da luz solar
o impulso de criar
e se lançar

Vai minha voz, protege o sonho, guarda a ilusão 
já atravessei esse planeta 
sigo essa trilha há tanto tempo, sei a direção
meu caminho é de pedra e canção  

Saber de cór essa lição
do rumo que eu tomei
fio e razão pra alinhavar
a trama de compor
por onde for... passar



* Pra quem não conhece essa expressão clubesquinística, refere-se à prática adotada por letristas do Clube de dar contribuições a letras já iniciadas por outro membro do grupo, e que empresta o nome de uma companhia de reboques que atuava em Belo Horizonte.

25 de março de 2016

Financiamento coletivo do 1º disco de Raul Mariano

Abro uma janela aqui no blog para divulgar a campanha de financiamento do 1° disco solo do Raul Mariano, jovem talento da cena autoral mineira, cujo trabalho eu tive a satisfação de conhecer há alguns anos através da Mostra Cantautores. Já trocávamos ideias há bastante tempo e recentemente nos tornamos parceiros, o que considero que foi um movimento natural a partir de afinidades que fomos descobrindo. Agora, sob a bênção de Sir Paul Macca, com participação de muita gente boa, inclusive esse modesto letrista que vos escreve, taí um belo trabalho com inspiração, dedicação, preocupado com apuro mas sem medo da radiofonia, que merece todo nosso apoio para vir à luz da forma certa. Para conhecer detalhes sobre o financiamento coletivo, clique aqui. Assista também ao vídeo, muito bem produzido. Entre outras coisas apareço dando uns pitacos sobre a perseverança da materialidade dos formatos na cadeia de produção, circulação e consumo da música popular. Acredito que não ficou muito acadêmico rsrsrs. 
No início da pra ouvir um pedacinho da nossa parceria Reinvento, uma meta-canção pop mineira sobre compor e cantar, para a qual contribuí com a letra do "B",  pegando o fio da meada e seguindo no caminho que já estava ali delineado. Certamente irei tratar com mais detalhe dessa situação peculiar para o trabalho do letrista numa futura postagem sobre a canção. Por enquanto, vamos tratar de por esse disco na roda.



P.S.
Como ainda tem muita gente acessando essa postagem, acho bom deixar aqui explicado que o disco ficou pronto, foi lançado e pode ser ouvido em várias plataformas na internet, inclusive You Tube: