Um encontro inevitável entre uma cantora capaz de aliar sutileza e rebuscamento e um ás das harmonias, compositor de pérolas irrepreensíveis do repertório da música popular brasileira. Já estava de alguma forma prefigurado na intuição de Milton Nascimento ao convidá-la para ser a única voz feminina na linha de frente do antológico álbum "Clube da Esquina", cantando “Me deixa em paz” (Monsueto/Aírton Amorim) em dueto com Bituca, numa gravação que alia a contundência elegante do canto dela e o improviso sirênico dele distintivamente combinando o vocalize e as notas do violão.
"— Milton me convidou para um LP que iria fazer, não sabia o que era. Um dia, me ligaram para gravar, exatamente , cantada lentamente como eu fazia, mas com arranjo do Wagner Tiso. Minha participação era algo diferente dentro do “Clube da esquina”, que já era algo que não parecia com nada. Pensei: “Eu cantando isso no meio dessa garotada?”. Mas Milton sabe das coisas — diz Alaíde, que sintetiza sua afinidade com o Clube da Esquina com simplicidade: — É porque essa turma é do sutil, como eu."
Sem erro.
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