Mais uma noite (quando eu poderia imaginar, nos meus verdes anos de beatlemania, que iria escrever isso!) memorável. Tive essa alegria, e ainda espero tê-la novamente (e decididamente agora só vou pra ficar bem perto do palco, de arquibancada já estou bem satisfeito kkk).
Dessa vez resolvi que ficaria no fundo do estádio, mas de frente, só pra variar mesmo - acho que valeu a tentativa. Conformado já estava que dali a gente acaba olhando mais o telão mesmo. O show começou, como de se esperar, em alta voltagem, com "A Hard day's night" e aquele cartão de visita - sim, esse cara aí é um Beatle e isso atualmente é o mais próximo que vc pode ter de assistir um show deles. A fórmula infalível que garante a 'satisfaction guaranteed' é a inevitável mescla de altas doses do repertório consagrado dos 4 cavaleiros do após-calipso, alguns hits de sua carreira com Wings e solo, uma ou outra canção mais recente (nesse show para mim o ponto 'fraco', já que sinceramente coisas como Save us, Queenie Eye e esse caça-níquel com Kayne West são totalmente dispensáveis) e uma ou outra surpresa. Infalível, porque na hora em que solta uma ou outra inusitada ou relativamente desconhecida (para o delírio de quem conhece melhor a obra sempre tem algum agradinho, como "1985", ou "Here today" bela homenagem ao John lamentavelmente desconhecida do grande público, na sequência já tira da cartola uma "Maybe I'm amazed', uma "Can't buy me, love", e o pique não cai. Realmente, como já apontou o Vladimir M. A. Souza o som estava meio estranho no início, a voz do Paul às vezes encoberta pela banda. E claro que com 75 anos ele não pode cantar todas aquelas notas dos discos e tal, mas sabe como poucos o que faz e segura a peteca, inclusive no bis lá pras 3 horas de show mandando "Helter Skelter". A banda é muito boa, por sinal, bem competente, e talvez o destaque mesmo seja o Abe Laboriel Jr., batera vigoroso e carismático. Faz a falta a banda ter um guitarrista como o Robbie McIntosh, com assinatura. Mas os caras dão conta do recado. Em matéria de arranjos é uma pena não ter quarteto de cordas, naipe de sopros, instrumentação para dar outra qualidade a várias das escolhas de repertório. Quem já viu um vídeo das turnês Wings Over alguma coisa sabe o que eu estou falando. Das surpresas eu curti muito "In spite of all the danger", achei grande sacada ele mandar essa 'antiguidade', é como um vestígio arqueológico de McCartney, Já mostra o alto teor pop das melodias, e a manha de inserir pequenos trechos cantarolados que viram uma marca inconfundível de certas canções. E o arranjo pra "You won't see me"? Pra mim a parte acústica - outra marca registrada dos shows de McCartney - foi sensacional, e com certeza nenhum outro show de rock de estádio no mundo pode propiciar isso. Nota especial para 'Blackbird', precedida de uma dedicatória aos Direitos Humanos - para além de sua enfadonha correção política, nessa realmente Paul foi ao âmago do que uma canção pode significar politicamente, sin perder la ternura. Matou de raiva os coxinha na plateia, deu pra sentir. Falando em público, emoções muitas pela noite, claro, como coros incríveis em "Something" e "Eleanor Rigby" (quem mais no mundo pode ter 50 mil ou mais cantando uma canção desse naipe?) e lógico, as "Let it Be" e "Hey Jude" da vida, que não podem faltar. O medley final de Abbey Road fecha o bis com chave de ouro, ainda que eu não tenha achado os solos de guitarra particularmente interessantes dessa vez. Enfim, falar que foi um show inesquecível é chover no molhado (que bom que não choveu literalmente). Finalmente, foi uma alegria a parte ter a sorte de compartilhar os momentos com os queridos Fabiano Buchholz de Barros e Michele (que formam uma das famílias mais lindas que eu conheço). Esbarrei com o Pedro Morais ao final mas infelizmente encontrei menos amigos e amigas do que eu gostaria. Sobretudo, a felicidade maior foi viver essa noite ao lado da filhota Marilu, companhia mais especial para dividir cada minuto. Tínhamos uma brincadeirinha nossa, de eu tentar adivinhar qual seria cada próxima - claro que eu já tinha dado uma sacada no repertório dos últimos shows, mas juro que não colei rsrsrs. Ela é simplesmente uma pessoa adorável, daquelas que mereceria ser personagem numa canção do Paul. E que venha o próximo!
Dessa vez resolvi que ficaria no fundo do estádio, mas de frente, só pra variar mesmo - acho que valeu a tentativa. Conformado já estava que dali a gente acaba olhando mais o telão mesmo. O show começou, como de se esperar, em alta voltagem, com "A Hard day's night" e aquele cartão de visita - sim, esse cara aí é um Beatle e isso atualmente é o mais próximo que vc pode ter de assistir um show deles. A fórmula infalível que garante a 'satisfaction guaranteed' é a inevitável mescla de altas doses do repertório consagrado dos 4 cavaleiros do após-calipso, alguns hits de sua carreira com Wings e solo, uma ou outra canção mais recente (nesse show para mim o ponto 'fraco', já que sinceramente coisas como Save us, Queenie Eye e esse caça-níquel com Kayne West são totalmente dispensáveis) e uma ou outra surpresa. Infalível, porque na hora em que solta uma ou outra inusitada ou relativamente desconhecida (para o delírio de quem conhece melhor a obra sempre tem algum agradinho, como "1985", ou "Here today" bela homenagem ao John lamentavelmente desconhecida do grande público, na sequência já tira da cartola uma "Maybe I'm amazed', uma "Can't buy me, love", e o pique não cai. Realmente, como já apontou o Vladimir M. A. Souza o som estava meio estranho no início, a voz do Paul às vezes encoberta pela banda. E claro que com 75 anos ele não pode cantar todas aquelas notas dos discos e tal, mas sabe como poucos o que faz e segura a peteca, inclusive no bis lá pras 3 horas de show mandando "Helter Skelter". A banda é muito boa, por sinal, bem competente, e talvez o destaque mesmo seja o Abe Laboriel Jr., batera vigoroso e carismático. Faz a falta a banda ter um guitarrista como o Robbie McIntosh, com assinatura. Mas os caras dão conta do recado. Em matéria de arranjos é uma pena não ter quarteto de cordas, naipe de sopros, instrumentação para dar outra qualidade a várias das escolhas de repertório. Quem já viu um vídeo das turnês Wings Over alguma coisa sabe o que eu estou falando. Das surpresas eu curti muito "In spite of all the danger", achei grande sacada ele mandar essa 'antiguidade', é como um vestígio arqueológico de McCartney, Já mostra o alto teor pop das melodias, e a manha de inserir pequenos trechos cantarolados que viram uma marca inconfundível de certas canções. E o arranjo pra "You won't see me"? Pra mim a parte acústica - outra marca registrada dos shows de McCartney - foi sensacional, e com certeza nenhum outro show de rock de estádio no mundo pode propiciar isso. Nota especial para 'Blackbird', precedida de uma dedicatória aos Direitos Humanos - para além de sua enfadonha correção política, nessa realmente Paul foi ao âmago do que uma canção pode significar politicamente, sin perder la ternura. Matou de raiva os coxinha na plateia, deu pra sentir. Falando em público, emoções muitas pela noite, claro, como coros incríveis em "Something" e "Eleanor Rigby" (quem mais no mundo pode ter 50 mil ou mais cantando uma canção desse naipe?) e lógico, as "Let it Be" e "Hey Jude" da vida, que não podem faltar. O medley final de Abbey Road fecha o bis com chave de ouro, ainda que eu não tenha achado os solos de guitarra particularmente interessantes dessa vez. Enfim, falar que foi um show inesquecível é chover no molhado (que bom que não choveu literalmente). Finalmente, foi uma alegria a parte ter a sorte de compartilhar os momentos com os queridos Fabiano Buchholz de Barros e Michele (que formam uma das famílias mais lindas que eu conheço). Esbarrei com o Pedro Morais ao final mas infelizmente encontrei menos amigos e amigas do que eu gostaria. Sobretudo, a felicidade maior foi viver essa noite ao lado da filhota Marilu, companhia mais especial para dividir cada minuto. Tínhamos uma brincadeirinha nossa, de eu tentar adivinhar qual seria cada próxima - claro que eu já tinha dado uma sacada no repertório dos últimos shows, mas juro que não colei rsrsrs. Ela é simplesmente uma pessoa adorável, daquelas que mereceria ser personagem numa canção do Paul. E que venha o próximo!
Nota sobre a pirotecnia: faz parte e tal, mas tem hora que é exagero. Às vezes parece que o público está torcendo para o raio laser ao invés de ouvir a música. Teve uma hora que a câmera filmou alguém filmando do celular e projetou isso no telão. Distópico é pouco. Mas claro, quer o quê, é sociedade do espetáculo, malandro!
P.S. A lista das que ele não toca (escrita em 13/10)
Dei-me conta ontem que não estava devidamente conectado com a proximidade do show de Paul McCartney, que em poucos dias estará em BH para falar uai de novo. Não posso estar ansioso como das outras vezes, pois na 1a. vez era efetivamente a primeira, e na 2a. era a 1a. em minha própria terra. Agora o sabor é diferente, talvez de a última - melhor que não seja - e por isso de repente subconscientemente adio algumas sensações. Mas meio que para me penitenciar fiz aí uma lista com 40 que ele - salvo um ou dois deslizes e exceções permitidas (como Junk que foi tocada no acústico MTV) - jamais tocou ao vivo e tende a não fazê-lo. Fui juntando de cabeça sem muito critério, fora o de ir lembrando e achando os vídeos e não colocar NENHUMA do período dos Beatles - e pode ser que por isso tenha entrado uma e outra ficado de fora. Isso me fez deixar fora muuuuita coisa que gosto. Não é nada de achar melhor ou pior, apenas um demonstrativo de que o cara tem um repertório gigantesco que para a maioria dos mortais seria indispensável de tocar e que ele pode até mesmo ignorar inclusive hits e faixas que deram títulos a discos - lamentavelmente para quem conhece a fundo sua obra.
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