Cerejas

Silêncio

A Câmara Municipal está tratando de abolir os barulhos harmoniosos da cidade: os auto-falantes e as vitrolas. [...]
Gosto daqueles móveis melódicos e daquelas cornetas altíssonas. Fazem bem aos nervos. A gente anda, pelo centro, com os ouvidos cheios de algarismos, de cotações da bolsa de café, de câmbio, de duplicatas, de concordatas, de "cantatas", de negociatas e outras cousas chatas. De repente, passa pela porta aberta de uma dessas lojas sonoras e recebe em cheio, em plena trompa de Eustáquio, uma lufada sinfônica, repousante de sonho [...] E a gente pára um pouco nesse halo de encantado devaneio, nesse nimbo embalador de música, até que a altíssima farda azul marinho venha grasnar aquele horroroso "Faz favorrr, senhorrr!", que vem fazer a gente circular, que vem repor a gente na odiosa, geométrica, invariável realidade do Triângulo - isto é, da vida."
Urbano (Guilherme de Almeida), 1927.

4 de dezembro de 2011

A voz das águas

De passagem - mais uma vez, com muita felicidade - por Governador Valadares, entre tanta conversa boa e troca de ideias, sob inspiração do Rio Doce e de muita poesia, o encontro das águas com a canção popular e a promessa de artigo em parceria.
Da lista já começada, para complementar outra ainda maior, pinço: Rio Doce (Beto Guedes, Ronaldo Bastos, Tavinho Moura) A terceira margem do rio (Milton Nascimento/Caetano Veloso) Canoa canoa (Nelson Angelo e Fernando Brant)
Os leitores do blog estão convidados a fazer sugestões para a lista...

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