Recomendação do caríssimo amigo internético Alberto Júnior, de quem reproduzo o texto que segue:
"O disco Rosa Semba [ouça aqui] não é somente o registro da voz de Dicy [para conhecer Dicy Rocha, aqui]. Ele acaba sendo importante por ser um abraço sonoro, uma ponta de lança para os novos rumos que a música produzida em São Luís está direcionando. Nas dez músicas que compõem o álbum estão compositores inventivos, como o Beto Ehongue, o Elizeu Cardoso, o Gérson da Conceição, entre outros, que produzem música com aquela antena parabolicamará, ligada na diversidade e daquilo que eu poderia definir como reverberação étnica de nossas matrizes culturais.
Não é fácil selecionar canções e compor um álbum. Agregar músicos para o resultado sonoro que se espera num disco é também uma questão de sorte e afinidade. E isso faz de Rosa Semba também um diferencial porque reúne o talento de jovens músicos com potência e referencial sonoro atualizado com o que é contemporâneo. Trazem consigo a matriz de suas experiências de cultura popular, mas também estão com os ouvidos ligados na música que circula nas nuvens do ciberespaço. Eles não tem a presunção de uma carreira consolidada, mas o vigor da vontade de fazer música. E isso traz entusiasmo.
Eu defendo a ideia de que o disco é um trabalho de tradução. E foi fundamental a presença do músico espanhol Javier, que soube captar os arranjos que cada canção pedia e conseguiu produzir um trabalho radiofônico, com camadas sonoras que vão sendo desveladas a cada nova audição. Nas conversas que tive com o músico, me encantou a maneira como ele descreve seu processo criativo associando musicalidade com experiências sinestésicas. O desafio depois foi o de decidir qual seria o melhor arranjo na diversidade de opções.
Agora, mais do que o resultado sonoro que o disco apresenta, o que na verdade é o seu objetivo, valeu muito à pena acompanhar o processo de feitura, que é quando canção vai ganhando forma, conteúdo e exuberância. A paciência e maturidade de esperar pelo melhor momento foi o que trouxe a consistência que o disco precisava. É claro que tudo com uma dose de intuição e confiança no coletivo, em acreditar que era possível fazer um álbum atemporal. E nesse aspecto, o Joaquim Zion Ferreira estava certo desde o começo. Ele que abraçou a ideia como quem abraça a um filho. O que é a mesma coisa aqui.
Espero que esse pequeno relato tenha despertado a tua curiosidade em ouvir o Rosa Semba. Ele ainda não existe em forma de produto, mas será apresentado hoje aos ouvidos curiosos e afetivos, como uma maneira delicada de saudar o novo ano, abraçar a querida Dicy e ter aquele otimismo de que a produção musical no maranhão pode acontecer de um jeito tranquilo e digno.
"O disco Rosa Semba [ouça aqui] não é somente o registro da voz de Dicy [para conhecer Dicy Rocha, aqui]. Ele acaba sendo importante por ser um abraço sonoro, uma ponta de lança para os novos rumos que a música produzida em São Luís está direcionando. Nas dez músicas que compõem o álbum estão compositores inventivos, como o Beto Ehongue, o Elizeu Cardoso, o Gérson da Conceição, entre outros, que produzem música com aquela antena parabolicamará, ligada na diversidade e daquilo que eu poderia definir como reverberação étnica de nossas matrizes culturais.
Não é fácil selecionar canções e compor um álbum. Agregar músicos para o resultado sonoro que se espera num disco é também uma questão de sorte e afinidade. E isso faz de Rosa Semba também um diferencial porque reúne o talento de jovens músicos com potência e referencial sonoro atualizado com o que é contemporâneo. Trazem consigo a matriz de suas experiências de cultura popular, mas também estão com os ouvidos ligados na música que circula nas nuvens do ciberespaço. Eles não tem a presunção de uma carreira consolidada, mas o vigor da vontade de fazer música. E isso traz entusiasmo.
Eu defendo a ideia de que o disco é um trabalho de tradução. E foi fundamental a presença do músico espanhol Javier, que soube captar os arranjos que cada canção pedia e conseguiu produzir um trabalho radiofônico, com camadas sonoras que vão sendo desveladas a cada nova audição. Nas conversas que tive com o músico, me encantou a maneira como ele descreve seu processo criativo associando musicalidade com experiências sinestésicas. O desafio depois foi o de decidir qual seria o melhor arranjo na diversidade de opções.
Agora, mais do que o resultado sonoro que o disco apresenta, o que na verdade é o seu objetivo, valeu muito à pena acompanhar o processo de feitura, que é quando canção vai ganhando forma, conteúdo e exuberância. A paciência e maturidade de esperar pelo melhor momento foi o que trouxe a consistência que o disco precisava. É claro que tudo com uma dose de intuição e confiança no coletivo, em acreditar que era possível fazer um álbum atemporal. E nesse aspecto, o Joaquim Zion Ferreira estava certo desde o começo. Ele que abraçou a ideia como quem abraça a um filho. O que é a mesma coisa aqui.
Espero que esse pequeno relato tenha despertado a tua curiosidade em ouvir o Rosa Semba. Ele ainda não existe em forma de produto, mas será apresentado hoje aos ouvidos curiosos e afetivos, como uma maneira delicada de saudar o novo ano, abraçar a querida Dicy e ter aquele otimismo de que a produção musical no maranhão pode acontecer de um jeito tranquilo e digno.
Beijo, nega."
Alberto Júnior
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