Com a devida autorização do autor, reproduzo* um texto do meu parceiro de música e ideias Pablo Castro que é um verdadeiro relato/retrato do cenário musical na capital das Alterosas, feito numa semana de vários lançamentos de relevo. Fica o convite para quem tiver comparecido a um ou mais desses eventos deixar impressões/apreciações.
"Essa semana tive o prazer de comparecer ao lançamento do disco Zelig do Flávio Henrique, [mais sobre o disco] obra eclética e ousada que rompe com alguns dogmas do que se pode chamar de MPB elitizada, como o próprio autor observou, abraçando jovens das gerações posteriores e atirando pérolas para muitos lados. Legal perceber a inquietude do compositor mais tarimbado da geração da década de 90 dessas alterosas musicais.
Ontem [5/7] não pude comparecer ao lançamento do primeiro trabalho fonográfico de Gustavo Amaral [Só o Amor Constrói], companheiro Cantautor que, pra mim, ao lado de Luiz Gabriel Lopes, é o cancionista mais natural da geração pós -Reciclo, lidando criativamente com os múltiplos arquétipos da canção brasileira ; é o tipo de compositor que não tem medo de refrão, o que o aproxima deste que vos fala.[para conferir, aqui]
Hoje [6/7] tem o lançamento do disco Radar [para detectar e ouvir as faixas] de Thiakov, que vejo como irmão mais novo; tocamos juntos na Free as a Beatle, e ele participu da famigerada Banda dos Descontentes e contribuiu muito com o disco oculto [algumas pistas do disco] que ainda se lançará. Um dos músicos mais talentosos, de longe, que já conheci, capaz de tocar com destreza centenas de instrumentos, e assustadoramente fértil em idéias e soluções musicais, Thiakov vai mais pela tangente, enquanto compositor; sentem-se ecos das experiências musicais desconstrutivistas, particularmente Os Mutantes e a célebre ( porém nada unânime) banda inglesa Radiohead. Afeito a experiências lisérgico-musicais, Thiakov promete uma interessante audição no espaço 104 , hoje a partir das 10 da noite.
E amanhã [7/7] quero comparecer ao lançamento do primeiro disco solo do grande Rafael Martini [Motivo, muito bom para ouvir aqui], hoje um dos, se não o principal arranjador dessa nossa seara autoral em BH, músico completo : toca piano, violão, acordion , canta muito bem, e arquiteta seus arranjos com grande maestria e primor, polirritmicamente nos levando a a levitar , com procedimentos riquíssimos e que juntam ecos de Gismonti e Radiohead, Hermeto e Guinga, Moacir Santos e Grizly Bear. Sou-lhe grato até hoje pelo arranjo de cordas de uma canção do meu disco, O Sétimo Selo, com o qual elevou essa música a alturas que o próprio compositor dificilmente suspeitaria [para ouvir em estado de elevação, aqui].
Isso tudo pra dizer que a produção musical de BH não tem paralelo com o resto do Brasil hoje: somos unidos pelas diferenças e , ainda assim, trabalhamos juntos e enriquecemos o acervo fonográfico mineiro, nem que seja para que um dia isso seja redescoberto, já que nem na Inconfidência essa produção encontra espaço aberto e meritocrático. Mas estamos no caminho certo, a música que se faz aqui não brota de qualquer montanha !" Pablo Castro
Ontem [5/7] não pude comparecer ao lançamento do primeiro trabalho fonográfico de Gustavo Amaral [Só o Amor Constrói], companheiro Cantautor que, pra mim, ao lado de Luiz Gabriel Lopes, é o cancionista mais natural da geração pós -Reciclo, lidando criativamente com os múltiplos arquétipos da canção brasileira ; é o tipo de compositor que não tem medo de refrão, o que o aproxima deste que vos fala.[para conferir, aqui]
Hoje [6/7] tem o lançamento do disco Radar [para detectar e ouvir as faixas] de Thiakov, que vejo como irmão mais novo; tocamos juntos na Free as a Beatle, e ele participu da famigerada Banda dos Descontentes e contribuiu muito com o disco oculto [algumas pistas do disco] que ainda se lançará. Um dos músicos mais talentosos, de longe, que já conheci, capaz de tocar com destreza centenas de instrumentos, e assustadoramente fértil em idéias e soluções musicais, Thiakov vai mais pela tangente, enquanto compositor; sentem-se ecos das experiências musicais desconstrutivistas, particularmente Os Mutantes e a célebre ( porém nada unânime) banda inglesa Radiohead. Afeito a experiências lisérgico-musicais, Thiakov promete uma interessante audição no espaço 104 , hoje a partir das 10 da noite.
E amanhã [7/7] quero comparecer ao lançamento do primeiro disco solo do grande Rafael Martini [Motivo, muito bom para ouvir aqui], hoje um dos, se não o principal arranjador dessa nossa seara autoral em BH, músico completo : toca piano, violão, acordion , canta muito bem, e arquiteta seus arranjos com grande maestria e primor, polirritmicamente nos levando a a levitar , com procedimentos riquíssimos e que juntam ecos de Gismonti e Radiohead, Hermeto e Guinga, Moacir Santos e Grizly Bear. Sou-lhe grato até hoje pelo arranjo de cordas de uma canção do meu disco, O Sétimo Selo, com o qual elevou essa música a alturas que o próprio compositor dificilmente suspeitaria [para ouvir em estado de elevação, aqui].
Isso tudo pra dizer que a produção musical de BH não tem paralelo com o resto do Brasil hoje: somos unidos pelas diferenças e , ainda assim, trabalhamos juntos e enriquecemos o acervo fonográfico mineiro, nem que seja para que um dia isso seja redescoberto, já que nem na Inconfidência essa produção encontra espaço aberto e meritocrático. Mas estamos no caminho certo, a música que se faz aqui não brota de qualquer montanha !" Pablo Castro
*Pequenos acréscimos deste editor, entre [ ]
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