Muitos e bons frutos rendeu a parceria entre Chico Buarque e Francis Hime. Entre tantas vale citar Pivete, Atrás da porta, Vai passar, Trocando em miúdos, Passaredo e Meu caro amigo, as duas últimas além de tudo gravada justamente em 1976, figurando no ótimo LP Meus caros amigos, em que Hime participou ativamente, como compositor, arranjador e pianista. Escrita como uma carta cantada endereçada ao teatrólogo Augusto Boal, então exilado em Lisboa, a canção descasca com argúcia e ironia o cotidiano de quem por aqui "segurava o rojão" da ditadura militar. Como o próprio Chico afirma numa entrevista concedida a Geraldo Leite na rádio Eldorado em 1989, "(...) a luta contra a censura,
pela liberdade de expressão, está muito presente nesses cinco discos dos
anos 70. São discos com a cara dos anos 70". Outro destaque na letra são os versos finais, extremamente pessoais. No todo, uma bela obra, muito bem arranjada e executada.
Destaque final, o
depoimento de Chico no DVD Meu caro amigo, antes das imagens de arquivo,
revela que foi com Francis que ele aperfeiçou suas habilidades como
parceiro, pois até então considerava difícil por a letra em música
alheia.
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