P.S. 2018 -
Num tempo relativamente curto os links se quebram, as fontes somem, as imagens se esvaem. Essa fragilidade acaba tornando a internet - aparentemente um arquivo infalível e inesgotável - um prato cheio para a prática do esquecimento. Nos últimos anos a atenção pública para este fenômeno aumentou, como demonstram as discussões sobre pós-verdade, fake news, etc.
Numa intensidade diferente isso também representa um problema para a construção dos patrimônios culturais, à medida em que se confie cegamente em digitalizações, nuvens e afins. Estamos, particularmente no Brasil, engatinhando no que diz respeito a preservar para as gerações futuras o que é significativo de algum modo para compreender nosso tempo e foi criado e circula em meio digital.
Sempre penso nisso quando busco alguma postagem antiga do meu blog, como ia fazendo agora.
Quis recuperar a postagem - uma das que mais foi vista dentre todas que já fiz, "O burguês e a marchinha" - motivado pelo carnaval e também pela lembrança ao nosso agora saudoso Flávio Henrique, autor de várias pérolas e também dessa inesquecível marchinha, que justamente venceu o concurso [aqui]. Sua relevância no contexto de transformação do carnaval de rua em BH nessa década é inconteste. Apesar dos links 'caídos', o texto está intacto. Tentei recuperar ou substituir o que foi possível.
A marchinha nem cita o nome do babaca! absurdo! Que democracia a nossa!
ResponderExcluirAbs do Lúcio jr!
...Parece que o Burg... sabe mesmo é vestir uma carapuça. Coube direitinho.
ExcluirÉ, e ele não vai conseguir tirá-la mais.
ExcluirPois é Lúcio jr, inaceitável. Mas tem aquele ditado...apelou, perdeu. Acho que se aplicará muito bem ao caso.
ResponderExcluirVirou um viral. Ele não tem mais como impedir.
ResponderExcluirÉ a deliciosa ironia da reação do apelão, ela sempre maximiza o barulho que ele pretendia abafar. Uma despretenciosa marchinha, quando abraçada dessa forma, pode derrubar definitivamente o sujeitinho. Até quem não liga pra carnaval vai ficar sabendo.
ResponderExcluirDiz o Pedro Munhoz: "o Burguês não está sendo bem assessorado juridicamente. Além de as chances de um processo contra o compositor resultar em vitória serem ínfimas, a atitude de Burguês serviu apenas para fazer ainda mais propaganda da música. Como se trata de uma marchinha, para ser cantada e tocada por um número indeterminado em blocos, não há nenhuma maneira de impedir que ela seja amplamente divulgada. E será, e tem que ser, principalmente agora."
ResponderExcluirMinha contribuição calória ao embate salgadístico: quem quiser ouvir e compartilhar: http://soundcloud.com/anacristinacantora/coxinhaa
ResponderExcluirÉ uma infestação de coxinhas...haja madrasta...Falando sério, a organização até prorrogou as inscrições. Dialeticamente, a atitude do burguês não apenas aumentou o prejuízo político e simbólico dele como foi o estopim que botou fogo no paiol da criatividade dos músicos belorizontinos. Muito bom participar dessa grande celebração que mostra a vitalidade da nossa cena musical junto com meu parceiro Pablo Castro: http://soundcloud.com/luizhenriquegarcia/ocupai-ocupai
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